Quarta-feira, 04 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2025
Apesar da oposição da ala ambiental da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parte dos ministérios declarou apoio público ao novo licenciamento.
Foto: Lula Marques/Agência BrasilA ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta segunda-feira (2) que o governo federal está tentando ganhar tempo para debater e encontrar alternativas ao projeto de lei que altera o licenciamento ambiental. Aprovado pelo Senado em maio, o texto deve ser votado na Câmara nas próximas semanas.
Apesar da oposição da ala ambiental da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), parte dos ministérios declarou apoio público ao novo licenciamento, entre eles o ministro da Agricultura (Carlos Fávaro). Segundo ele, a lei “avança sem precarização”.
Marina afirma que a aprovação provocaria “judicialização em massa”, além dos efeitos danosos sobre o meio ambiente: “Se esse projeto for aprovado, em lugar de acelerar, como eles dizem, vai atravancar”, disse.
No fim de semana, algumas capitais como São Paulo e Brasília tiveram manifestações contra o PL e em apoio à ministra, que se envolveu em um bate-boca com senadores durante audiência pública na semana passada. Ela deixou a sessão na metade, reclamando de desrespeito por causa dos parlamentares.
Com a flexibilização, Marina prevê que “vai haver uma espécie de guerra fiscal, todo mundo nivelando por baixo, para atrair investimento de péssima qualidade” em relação aos impactos ambientais.
Após abandonar a sessão na terça-feira, 27, a ministra foi até o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pedir que ele travasse a votação na casa.
Segundo ela, Motta disse que conversaria com os líderes dos partidos e de diferentes segmentos, incluindo a bancada ruralista, para entender o projeto e buscar um caminho.
Perguntada sobre a atuação do governo na matéria e um possível veto do presidente, caso o projeto venha a ser aprovado, ela admitiu haver contradições dentro do governo mas sustentou ter o apoio de Lula.
Segundo analistas, parlamentares da base do governo não agiram para impedir que o PL fosse aprovado nem defenderam a ministra dos ataques no Senado. Além disso, parte do governo é favorável ao projeto do licenciamento e à exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
A autorização para explorar óleo na região deve ser emitida pelo Ibama, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, que tem sofrido pressão para conceder a licença.
“Me sinto acolhida (no governo), nada do que estou fazendo aconteceria se não fosse o apoio do presidente e o trabalho conjunto dos ministros e ministras em diversas frentes”, continuou Marian.