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Por Redação O Sul | 23 de março de 2016
O destino do ex-presidente Lula será julgado por uma ministra gaúcha, rígida, libriana e que já teve entre seus chefiados o juiz Sérgio Moro. Rosa Weber, 67 anos, conhece Moro desde muito antes da Lava-Jato. Em 2012, ela convocou Moro para assessorá-la no julgamento do mensalão. Agora está nas mãos de Rosa decidir se Lula tomará posse como ministro da Casa Civil. Ela também resolverá se o ex-sindicalista pode ser julgado – e preso – pelo Supremo ou por Moro.
A posse está suspensa desde a noite da última sexta-feira, quando o ministro Gilmar Mendes suspendeu a nomeação do petista e determinou o retorno do processo para as mãos de Moro. Os advogados de Lula recorreram e conseguiram a assinatura de juristas famosos, como Celso Antônio Bandeira de Mello e Fabio Konder Comparato. O ministro Luiz Edson Fachin seria o relator do caso. Ele, no entanto, se declarou impedido. Disse que é padrinho da filha de um dos advogados que assina o pedido de Lula.
Com a desistência de Fachin, foi sorteada a ministra Rosa para assumir o caso. Além de sua relação com Moro, ela é uma das citadas nas conversas telefônicas de Lula interceptadas pelos investigadores da Lava-Jato.
Em telefonema para Jaques Wagner, então ministro da Casa Civil, o ex-presidente disse: “Está na mão dela [Rosa Weber] para decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram”. Rosa não agiu, no entanto, como esperava Lula naquele momento. Ela negou o pedido do ex-presidente para suspender as investigações contra ele na Lava-Jato.
Sobre os comentários telefônicos de Lula, Rosa não irá comentá-los, informou sua assessoria. Na semana passada, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, procurou os ministros — entre eles Rosa Weber — para dar explicações sobre os áudios. (AD)