Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2025
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil vai “se apresentar” à China para substituir os Estados Unidos na exportação de carne bovina para o país asiático, em meio ao “tarifaço” praticado pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Após os anúncios do governo dos Estados Unidos de tarifar os produtos chineses em até 254%, Pequim cancelou a autorização de 395 plantas frigoríficas norte-americanas para comercializar carne bovina no país. O cenário é visto por Fávaro como uma oportunidade para o Brasil.
“Há poucos dias, nas carnes bovinas, o governo chinês deixou de habilitar 395 plantas. Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor”, disse Carlos Fávaro após uma reunião entre ministros de Agricultura do Brics
Fávaro pontuou que hoje, o Brasil é um dos “pouquíssimos” países capazes de expandir significativamente a área produtiva e, com isso, poderá ser a “segurança alimentar não só para a China, mas para todos os países do mundo”.
De acordo com o ministro, representantes dos governos brasileiro e chinês devem se encontrar na próxima terça-feira (22) para tratar da expansão do comércio entre as duas nações. O tema também estará na mesa na visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, nos dias 12 e 13 de maio, quando se reúne com o primeiro-ministro daquele país, Xi Jinping.
Outros mercados
O ministro da Agricultura afirmou que o esforço do governo brasileiro para ampliar a venda de proteínas no mundo não se limita à China.
O Brasil vem fazendo movimentos semelhantes com outros países do continente asiático, como o Japão e o Vietnã. Na viagem que fez aos dois países, em março, Lula também tratou da ampliação da venda de commodities brasileiras a esses mercados.
Segundo ele, negociações também têm ocorrido com o Japão, a partir de um acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em visita ao país em março.
“Por óbvio, queremos ampliação com a China. Acho que, diante da não reabilitação de quase 400 plantas nos EUA, eles vão precisar se decidir, e vamos nos apresentar”, declarou.