Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2024
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, autorizou o envio da Força Nacional para a região de Mossoró, onde dois presos fugiram de uma penitenciária federal na última semana. A ação prevê a mobilização de 100 homens e 20 viaturas para auxiliar os mais de 500 homens da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Militares do Rio Grande do Norte e do Ceará que estão atrás dos fugitivos.
O pedido pelo efetivo foi feito pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e teve a concordância da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT). Segundo o ministério da Justiça, as buscas não têm prazo para acabar. “O trabalho é complexo, especialmente por se desenvolver em um terreno formado por matas, zonas rurais e com grutas. As estradas estão sendo monitoradas (…), mas existem vias vicinais e casas esparsas na área, o que dificulta o trabalho”, diz nota da pasta.
Ligados ao Comando Vermelho, os presos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, de 34, chamado de Deisinho. Eles têm um vasto histórico de fugas e faltas disciplinares no sistema prisional do Acre, o que inclui flagrantes com serra, cordas feitas de sacos plásticos e a tranca de uma cela cortada.
Os nomes dos dois presos foram incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional), mas o ministério da Justiça tem a expectativa de capturá-los antes que eles saiam do país. Os dois fugiram da penitenciária federal de Mossoró por volta das 3h da madrugada na quarta-feira de cinzas.
Nessa segunda-feira (19), as buscas chegaram ao sexto dia. Além de atuar na zona rural de Mossoró, as forças de segurança fizeram um cerco em entradas de acesso a Baraúna, município vizinho à penitenciária que faz divisa com o estado do Ceará. Os agentes também passaram a procurar os presos em grutas que se proliferam no meio da vegetação de caatinga da região.
O presídio fica próximo ao Parque Nacional da Furna Feia, uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e famosa por suas mais de 200 cavernas. As roupas encontradas no meio da mata na última sexta-feira estavam na Serra do Mossoró, que integra o Parque Nacional.
Os esconderijos embaixo da terra dificultam a varredura aérea do local, que é feita por drones com sensor de calor e visão noturna.
Também há a possibilidade de eles estarem escondidos em algum sítio da região rural. Por isso, os policiais passaram a intensificar as ações nas estradas vicinais. Pessoas andando à beira das vias e veículos estão sendo abordados. A ordem é revistar o carro inteiro, inclusive o porta-malas.
Com barras de metal retiradas da estrutura da cela, os presos arrancaram uma luminária e abriram um buraco na parede – cada um em seu aposento. Acessaram uma área conhecida como shaft, onde fica a fiação e a tubulação do prédio. Subiram ao telhado do presídio e, de lá, pularam no pátio, que passava por uma reforma de adequação. Conseguiram um alicate no canteiro de obras e cortaram as grades do alambrado. Só uma câmera registrou a evasão da dupla.