Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2019
O ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral, relatou a pelo menos dois amigos próximos que está recebendo ameaças por meio de seu número de WhatsApp. Elas teriam começado a ser feitas no domingo (17). Bebianno estuda denunciar o fato às autoridades, como a PGR (Procuradoria-Geral da República). Desde que começou a crise envolvendo a permanência do ministro no cargo, o telefone dele foi espalhado em grupos de redes sociais. As ameaças, então, começaram a ser disparadas.
Um dos interlocutores de Bebianno diz acreditar que 99% das ameaças são “bravatas” de “bolsominions”, como são chamados os apoiadores mais radicais do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nos meios de oposição.
Apesar disso, ele está sendo aconselhado a cuidar de sua integridade física. No domingo (17), depois que diversos meios de comunicação publicaram que ele poderia cair atirando em Jair Bolsonaro, No entanto, Bebianno disse que não pensava em atacar o presidente. “Sou paciente, chato e obstinado. Tenho muitos amigos também. Dará um certo trabalho, mas devolverei em triplo as ameaças e ofensas (dentro da lei). Não tenho medo de briga. Não me intimidam”, disse Bebianno, via mensagem de WhatsApp, nesta segunda (18).
Conspiração
Pessoas próximas a Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) replicaram em redes bolsonaristas texto de uma simpatizante do escritor Olavo de Carvalho contra Gustavo Bebianno. A versão, que circulou neste fim de semana, insinua que Bebianno era um agente infiltrado que agia contra os interesses do governo, conspirando contra os filhos do presidente e vazando informações sensíveis à imprensa.
Com a iminente queda de Bebianno, ala ligada ao clã Bolsonaro e simpatizante de Olavo de Carvalho trabalha contra a promoção do general Floriano Peixoto à Secretaria-Geral da Presidência. Esse grupo defende que o posto fique com o general Santos Cruz, hoje à frente da Secretaria de Governo.
Laranjas
Numa Câmara dos Deputados repleta de novas caras querendo fazer barulho, Bia Kicis (PSL-DF) se destaca pela hiperatividade. Nesse começo de legislatura, ela apresentou nova versão para o projeto de lei do Escola sem Partido; está recolhendo assinaturas para revogar a chamada PEC da Bengala, o que abriria caminho para mudar a composição do Supremo; e promete fazer o meio de campo entre o Congresso e a equipe econômica chefiada por Paulo Guedes, cujo primeiro encontro com Jair Bolsonaro ela ajudou a viabilizar, em 2017.
Procuradora de carreira do Distrito Federal durante 24 anos, a política em primeiro mandato, eleita com 86.415 votos, comentando as revelações de que seu partido apresentou candidaturas laranja para deputado nas eleições, ela defendeu apuração, mas sem contaminar o partido ou o governo. “Não vão ser umas laranjinhas que vão atrapalhar”, avaliou.