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Brasil O ministro das Relações Exteriores tenta eliminar as resistências a Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil em Washington

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"O Eduardo provará isso na sabatina do Senado", disse o ministro Ernesto Araújo (D). (Foto: Ministério das Relações Exteriores/Divulgação)

As prováveis resistências que Eduardo Bolsonaro sofrerá se assumir a Embaixada do Brasil em Washington, oriundas de políticos do oposicionista Partido Democrata, serão enfrentadas diretamente pelo chanceler Ernesto Araújo.

Na costura para a indicação do filho político mais novo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para o cargo mais importante da carreira diplomática no exterior, as críticas foram colocadas na balança com o grande ativo do deputado que acaba de completar 35 anos.

Pesou mais o acesso de Eduardo à Casa Branca. Ele já foi elogiado publicamente por Donald Trump e tem relação pessoal com o influente genro do presidente, Jared Kushner. Como diz um diplomata que acompanhou a discussão, Eduardo seria o embaixador mais próximo do núcleo do poder americano da história.

De resto, Trump está em excelentes condições políticas para disputar a reeleição no ano que vem. A economia americana vai bem, e o campo democrata está dividido, sem nenhum candidato forte à vista ainda. É uma aposta relativamente segura dizer que o presidente é hoje favorito a reter a cadeira.

O óbice óbvio vem do Congresso, em especial da Câmara dominada pelos democratas. Praticamente não há iniciativa que interesse ao Brasil que não tenha de passar pelos congressistas, e a antipatia ao Brasil de Bolsonaro ficou patente quando o prefeito democrata de Nova York rejeitou sua presença para receber um prêmio na cidade.

Não ajuda em nada o fato de Eduardo nutrir admiração recíproca por Steve Bannon, o ideólogo da direita nacionalista que foi conselheiro da campanha de Trump e trabalhou na Casa Branca até brigar com o chefe, ainda no começo do mandato do presidente, em 2017. Eduardo é representante no Brasil do embrião de “internacional nacionalista” proposta por Bannon para unir regimes de direita em todo o mundo e teve sua indicação para Washington elogiada pelo ideólogo.

Aliados de Araújo dizem que isso poderá ser superado com o trabalho direto do chanceler, que já teve conversas consideras muito boas com deputados e senadores democratas e republicanos na condição de chanceler. Além disso, Araújo serviu na embaixada em Washington como vice-chefe da missão, conhecendo assim os códigos do Capitólio.

Para os críticos da escolha dentro do Itamaraty, uma silenciosa maioria, há duas considerações a fazer sobre essa visão. Primeiro, que o alinhamento prometido pelo próprio Bolsonaro aos EUA de Trump poderá naturalmente trazer frutos, mas também arrisca o interesse nacional a depender das condições vinculantes que a Casa Branca colocar na mesa.

Segundo, a inexperiência de Eduardo poderá reforçar essa ideia de subserviência no exterior. Sua frase lembrando que “fritou hambúrguer” nos EUA, como prova de seu conhecimento do país, foi uma blague mal colocada, para usar o eufemismo típico das relações diplomáticas. Como diz um embaixador, ele poderia apenas dizer que preside a Comissão de Defesa e Relações Exteriores da Câmara.

Araújo teve seu nome indicado por Olavo de Carvalho e chancelado por Eduardo. O escritor radicado nos EUA é o ideólogo dos filhos de Bolsonaro, de Araújo e de Filipe Martins, assessor internacional do presidente. No grupo, a posição do deputado Eduardo (PSL-SP) sempre foi prevalente.

Embora se elogiem constantemente, há ciúmes na relação. É notório o episódio em que Araújo queixou-se do protagonismo de Eduardo na visita do pai a Trump, em março, e irrita a ambos o apelido de “chanceler sombra” que o deputado recebeu no Itamaraty.

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https://www.osul.com.br/ministro-das-relacoes-exteriores-tenta-eliminar-as-resistencias-a-eduardo-bolsonaro-como-embaixador-do-brasil-em-washington/ O ministro das Relações Exteriores tenta eliminar as resistências a Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil em Washington 2019-07-14
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