Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2018
O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, afirmou que a PF (Polícia Federal) já fez pedidos de prisão para empresários que, segundo a corporação, estão por trás de um locaute na paralisação de caminhoneiros. Locaute (termo originado a partir da palavra em inglês lock out) é o que acontece quando os patrões de um determinado setor impedem os trabalhadores de exercer a atividade. A prática é proibida por lei.
Marun concedeu entrevista no Palácio do Planalto, após participar de reunião com o presidente Michel Temer e outros ministros para monitorar os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, que chegou ao sexto dia no sábado (26).
O ministro afirmou que o governo formou a convicção de que existe a prática de locaute e que a Polícia Federal já tem inquéritos abertos para investigar os casos. Na sexta-feira (25), o governo publicou um decreto autorizando ação das Forças Armadas na liberação de rodovias. “Hoje temos a convicção de que, além do movimento paredista, existe o locaute”, disse Marun.
“A PF já tem inquérito abertos para investigar essas suspeitas. E os empresários suspeitos serão intimados. Rogério Galloro [diretor-geral da PF] também nos informou que já existem pedidos de prisão. Estão aguardando manifestação da Justiça”, completou o ministro.
O ministro disse, no entanto, que a PF não pode dar mais detalhes sobre os pedidos de prisão. Marun informou ainda que o governo começou a aplicar multas no valor de R$ 100 mil por hora parada para donos de transportadoras.
Segundo o ministro, as primeiras ações adotadas pelo governo na sexta-feira (25), quando foi anunciado a ação de forças federais para desbloquear rodovias, garantiram o abastecimento das usinas termelétricas em Roraima. Além disso, de acordo com Marun, os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Porto Alegre e do Rio de Janeiro estão abastecidos e operacionais.
Na entrevista, concedida após de quase três horas de reunião, Marun não apresentou novos números sobre rodovias bloqueadas. Conforme o ministro, o governo vai apresentar um balanço no final da tarde de sábado.
Diesel
Levantamento divulgado na sexta-feira (25) pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis) aponta que o preço médio do diesel nas bombas terminou a semana em forte alta. O avanço foi de 5,3%, passando de R$ 3,595 por litro para R$ R$ 3,788.
Na mesma semana, a Petrobras reduziu o preço do diesel nas refinarias em mais de 10%. O repasse não para o preço nas bombas. Essa redução do valor nas refinarias aconteceu em meio às negociações entre o governo e a categoria dos caminhoneiros, que entrou na sexta em seu quinto dia de greve com reivindicações sobre o preço do diesel.
O valor representa uma média calculada pela ANP, que verifica os preços em diversos municípios tanto do diesel quanto da gasolina, do etanol e do gás de cozinha. Os preços, portanto, podem variar de acordo com o local.
Durante a greve dos caminhoneiros, alguns postos chegaram a vender o litro da gasolina por quase R$ 10. Enquanto isso, outros estabelecimentos organizaram o “dia sem imposto” na quinta-feira (24) e chegaram a vender o produto por menos de R$ 3.