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Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2016
O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro omitiu, ao prestar depoimento à PF (Polícia Federal) na Operação Lava-Jato, que um de seus filhos trabalhou no escritório do advogado Tiago Cedraz. Em delação premiada, o empreiteiro Ricardo Pessoa disse ter pago 1 milhão de reais a Cedraz. O delator “entendeu” que o valor seria destinado a Carreiro, na época relator de processo sobre a usina nuclear de Angra 3, obra de interesse de Pessoa.
Carreiro compareceu à sede da PF em Brasília em 26 de outubro. Na ocasião, procurou se distanciar de Tiago Cedraz, afirmando que esteve com o advogado apenas por acaso, em dois casamentos, e que nunca foi a seu gabinete ou lhe pediu uma audiência. Disse também que Cedraz nunca esteve com um de seus assessores do Tribunal de Contas.
Carreiro, porém, deixou de informar aos investigadores que seu filho, Felipe, foi advogado no escritório de Cedraz pelo menos entre janeiro e agosto de 2009. O nome de Felipe aparece vinculado ao de Cedraz no acompanhamento processual em dez ações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal). A investigação é sobre o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP).
Felipe Carreiro, contudo, negou ter atuado nesses processos no TSE e no STJ e disse que tem pedido a diversos tribunais que excluam seu nome da movimentação processual dos sites dos tribunais na internet. Segundo ele, o erro acontece porque o escritório usava uma procuração padrão que dava poderes a diversos advogados de representar o cliente nos autos, mas não significa que eles tenham de fato atuado nos processos. (Folhapress)