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Por Redação O Sul | 15 de abril de 2017
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou que a Procuradoria-geral da República solicite os dados de entrada no Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente Michel Temer, no dia 28 de maio de 2014.
A data foi citada pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, em acordo de delação premiada, e consta em inquérito aberto contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco, (Secretaria-Geral da Presidência).
No dia em questão, Melo Filho relata que houve um jantar no Jaburu com a presença do ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, Padilha e Temer. Ali teria sido feito um pedido de repasse de 10 milhões de reais, sob pretexto de financiar a campanha eleitoral de 2014.
Em seu depoimento, Marcelo confirmou o pedido e declarou que 6 milhões de reais seriam destinados ao então candidato a governador de São Paulo pelo PMDB, Paulo Skaf, e outros 4 milhões de reais a campanha de Temer à vice-presidência.
“Temer nunca mencionou para mim os 10 milhões, mas obviamente que no jantar ele sabia. Acertei com isso e acertei com o Padilha que dos 10, 6 iriam para o Paulo”, afirmou Marcelo, que ainda avaliou que ‘Temer não falaria de dinheiro’, nem com ele, ‘nem com a esposa, nem com ninguém’.
De acordo com a Procuradoria, “há fortes elementos que indicam a prática de crimes graves, consistente na solicitação por Eliseu Padilha e Moreira Franco de recursos ilícitos em nome do PMDB e de Michel Temer, a pretexto de campanhas eleitorais”. (AE)