Domingo, 28 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de dezembro de 2025
Dados do STF mostram que os ministros terminaram 2025 com um acervo de 20.570 processos em tramitação. Presidente do Supremo, o ministro Edson Fachin responde pela maior carga desses expedientes. São 3.685 matérias, em sua maioria recursos, aguardando despacho.
Em segundo lugar na lista de mais processos em gabinete aparece o ministro Alexandre de Moraes, com 2.737 casos.
Na terceira colocação está o ministro Nunes Marques, com 2.031 processos em tramitação.
Dos 20.570 processos, segundo o STF, 10.139 tiveram origem no próprio tribunal. A outra metade é formada por 10.431 recursos em casos que chegaram ao Supremo pelos caminhos da Justiça.
Empresários levantam alerta sobre a reputação do STF após escândalo do Master
Grandes empresários começam a manifestar publicamente as preocupações que têm prevalecido no setor privado diante do escândalo do Master, que levou à liquidação do banco em novembro e à prisão de seu controlador, Daniel Vorcaro, por 12 dias.
O grau de alerta cresceu após a revelação pelo jornal O Globo de que a mulher do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes manteve contrato de R$ 129 milhões com o banco de Vorcaro, seguida pela notícia de que o magistrado teria conversado com o Banco Central sobre temas de interesse do Master —o que Moraes nega.
Também preocupam as medidas tomadas pelo ministro Dias Toffoli, que embarcou em um jatinho para ver um jogo do Palmeiras no Peru na companhia do advogado de um diretor do Master e depois pôs sob sigilo o caso.
A avaliação geral é a de que esse tipo de sinalização de ministros do Supremo prejudica a credibilidade da corte, mas também cresce no empresariado a percepção de aumento da insegurança jurídica, que atrapalha a atração de investimentos para o país.
Em 16 de dezembro, foi lançado um manifesto pedindo que o STF adote um código de conduta para seus ministros. Grandes nomes do empresariado subscreveram o documento, como Arminio Fraga (Gávea Investimentos), Eugênio e Salim Mattar (Localiza), Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Luiz Passos (Natura), Jayme Garfinkel (Porto Seguro), José Olympio Pereira (Safra), Marco Stefanini (Stefanini) e Pedro Wongtschowski (Ultra), entre outros.
Também signatário, Fabio Barbosa, que presidiu instituições como Santander e Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e hoje segue como membro de conselhos de administração de companhias como Ambev e Natura, aponta a necessidade de preservar a reputação do STF.
“Não é só sobre o código de ética, é importante que haja transparência quanto às atitudes dos ministros, para que o STF resgate o respeito e a credibilidade, que vem perdendo, junto à sociedade”, disse Barbosa. Com informações da Revista Veja e do portal Folha de São Paulo.