Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2016
A missão ExoMars realizou com sucesso, nesta quarta-feira (19), um pouso sobre a superfície de Marte. Feita em conjunto pela ESA (Agência Espacial Europeia) e a russa Roscosmos, o programa pretende explorar a superfície do planeta para descobrir se Marte poderia abrigar vida.
O satélite TGO (Trace Gas Orbiter), também parte da missão, foi capturado pela órbita marciana e enviou sinais à Terra de que a inserção aconteceu com sucesso. O satélite vai estudar os gases da atmosfera do planeta.
O módulo Schiaparelli deixou o satélite TGO, ao qual estava acoplada, no domingo. Desde então, a sonda se aproximou lentamente do planeta e mergulhou na atmosfera marciana, de maneira controlada. A 21 quilômetros por hora, o robô desceu com o apoio de paraquedas e propulsores para diminuir a velocidade e pousar sobre a superfície.
A aterrissagem controlada sobre Marte era o maior desafio da missão. Até hoje, apenas americanos haviam pousado equipamentos com sucesso no planeta. O êxito dessa parte da missão é um marco na história da exploração europeia, pois o único precedente, o jipe Beagle 2, da Grã-Bretanha, fracassou ao chegar ao planeta, em 2003. Seus painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que tivesse energia para enviar informações a Terra.
Sobre o solo marciano, a sonda Schiaparelli vai enviar dados aos centros de controle terrestre e garantir que a missão mande um pequeno jipe capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob a terra para coletar e analisar amostras.
Lançada em março, a bordo do foguete Protón-M, a sonda, um laboratório de 600 quilos, pretende abrir caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020. A missão ExoMars conduzirá sua pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.
Vida em Marte.
Duas vezes menor que a Terra e com temperatura média de 55°C abaixo de zero, Marte é o mundo próximo a nós com mais capacidade de abrigar vida – afinal, é um planeta rochoso que, de acordo com as pesquisas, teve um passado úmido e com temperaturas amenas, como a Terra atual.
Marte conta com duas calotas polares de gelo, a Planum Boreum e a Planum Australe, local em que as temperaturas chegam aos 143°C negativos. Sob essas lâminas de dióxido de carbono congelado, os cientistas acreditam que pode haver água em estado líquido e, portanto, microrganismos similares aos achados a 800 metros sob o gelo antártico terrestre.