Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2025
Ejacular com frequência aumenta o risco de câncer de próstata? Essa é uma pergunta que médicos, principalmente urologistas, tentam decifrar há décadas. A doença é um dos tumores mais comuns entre os homens no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo de tumor mais incidente em homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Na maioria dos casos, manifesta-se após os 50 anos e a frequência aumenta consideravelmente à medida que a idade avança.
Segundo um estudo da Universidade de Harvard, realizado com mais de 31 mil homens que responderam a perguntas sobre a frequência da ejaculação em um questionário de 1992 e foram acompanhados até 2010, os homens que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 31% menor de desenvolver câncer de próstata em comparação com os homens que relatavam de quatro a sete ejaculações por mês ao longo da vida.
“A literatura médica atual sugere que uma maior frequência de ejaculações ao longo da vida adulta está associada a um menor risco de câncer de próstata, mais ou menos 20% a menos, especialmente para essas formas menos agressivas da doença. A frequência da ejaculação não diminui o risco de ter um câncer de próstata mais agressivo. Entretanto, essa associação ainda precisa ser investigada em estudos com desenho melhor para excluir qualquer outro viés que possa estar confundindo análise”, afirma o urologista e Oncologista do hospital Oswaldo Cruz, Bruno Benigno.
Os cientistas disseram que isso poderia ocorrer porque o processo de ejaculação diminuiria a concentração de toxinas e estruturas semelhantes a cristais que podem se acumular na próstata e potencialmente causar tumores.
Outra razão é que a quantidade de ejaculação poderia melhorar o fluxo de sêmen pela próstata, possivelmente reduzindo a inflamação na região – fator de risco conhecido para o desenvolvimento do câncer.
“Estudos recentes destacam que há uma complexidade muito grande na relação entre idade, saúde urinária, estilo de vida, número de parceiros sexuais também pode influenciar o risco e essa associação não é uniforme em todos os grupos de homens, e especialmente a frequência de ejaculação pode ser simplesmente um fator confundidor”, diz Benigno.
Médicos também afirmam que a frequência da ejaculação em cada homem depende de fatores da vida social. Por exemplo, aqueles que realizam o ato em menor frequência podem estar passando por um problema de saúde ou divórcio, enquanto aqueles que fazem mais podem se cuidar mais, ou seja, praticam exercícios físicos, se alimentam melhor e cuidam de seus hábitos de vida.
“A literatura sugere sim uma associação inversa entre uma maior frequência da ejaculação e um menor risco de câncer de próstata. Isso é muito interessante, porque a maioria dos cientistas não sabem explicar o motivo, mas acreditam que os homens que têm uma frequência maior de ejaculação tendem a ter também uma melhor saúde e ser sexualmente mais ativos, o que pode estar por trás dessa diminuição do risco de câncer de próstata”, explica o urologista.
Sintomas
Os médicos afirmam que os sintomas do câncer de próstata podem demorar anos para se manifestar, mas, em geral, aparecem em forma de: Dificuldade para urinar; Sangue ao urinar ou ejacular; Insuficiência renal; Dor óssea.
Tratamento
A melhor prevenção é o diagnóstico precoce. Por isso, é importante que, a partir dos 40 anos, os homens procurem o médico para realizar o exame de toque retal e buscar orientações sobre a condição de saúde da glândula.
Além disso, ter hábitos saudáveis, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo ajudam a reduzir a probabilidade de desenvolver a doença. A prática de exercícios físicos também é apontada como forma de manter uma vida saudável e evitar o risco de câncer. As informações são do jornal Extra.
