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Brasil Montadoras de veículos traçam estratégias para tentar driblar a falta de chips semicondutores

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Dispositivo tem se tornado escasso, devido a uma série de fatores. (Foto: EBC)

O chip semicondutor é um dispositivo milimétrico, feito de materiais como o silício, capazes de mudar facilmente de isolante a condutor de eletricidade. Por isso, é chamado de “semicondutor”. E trata-se de um artigo que se tornou escasso em diversos momentos da pandemia de coronavírus, devido a uma série de fatores.

A fim de amenizar os problemas desse desabastecimento, principalmente em um momento marcado pela transformação tecnológica do setor (a eletrificação dos carros é o maior exemplo), a indústria pode, no curto prazo, fazer contratos de fornecimento garantido, o que significa pagar mais pelo produto.

E dentre as necessidades mais urgentes está a de acelerar a transição das arquiteturas eletrônicas atuais dos carros que usam chips mais antigos para os modelos de ponta. Essa é a sugestão de executivos como o sócio-diretor da Roland Berger na América Latina, Marcus Ayres.

Ele ressalta que até o aquecimento global vai afetar, no longo prazo, a questão dos semicondutores: “São itens cuja produção é extremamente sensível e, se houver um terremoto ou uma tempestade, por exemplo, perde-se todo o processo de produção da ‘bolacha’ [ou ‘wafer’, um dos itens importantes na indústria de chips]”.

Ayres chama a atenção para o fato de que no maior país produtor de “bolachas”, Taiwan (Sudeste Asiático), a quantidade de chuvas leves por ano caiu pela metade em 100 anos. E a água é importante matéria-prima nessa produção. Por outro lado, a intensidade de tufões na região cresceu mais de 10% nas últimas décadas.

“Há uma previsão de que, até 2040, ocorram duas a três vezes mais tempestades tropicais extremas na região, e os riscos de ter de suspender a produção várias vezes são grandes”, menciona o consultor.

Por isso, a indústria precisa rever o conceito de produção ‘just-in-time’, de receber peças apenas no momento de necessidade e migrar para o ‘just-in-case’ (no caso de), ou seja: manter estoques de componentes considerados críticos, de forma que se faltarem, não causar paralisia na produção.

Pensando fora da caixa

Outra estratégia menos ortodoxa – o “pensar fora da caixa”, como se diz hoje em dia – é fomentar a reciclagem de semicondutores. Por exemplo, em muitos veículos acidentados, inclusive os de perda total, vários semicondutores se mantêm intactos e podem ser reaproveitados em carros novos.

Cada automóvel usa de mil (modelo compacto) a 3 mil chips (modelos de alto luxo). Formar consórcios entre várias montadoras para compras conjuntas também é alternativa.

Algumas montadoras já desenvolvem ações para driblar a escassez de itens. O grupo Stellantis, dono da Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, vai padronizar os microchips usados nos automóveis. Hoje, cada carro usa diferentes tipos de semicondutores e a ideia é trabalhar com um único em vários modelos.

“A estandardização vai gerar mais previsibilidade para nossos fornecedores e vai tornar nossas encomendas mais competitivas”, diz Antonio Filosa, presidente da Stellantis na América do Sul. Em parceria com a Foxconn, ele pretende criar uma família de semicondutores para atender mais de 80% dos modelos do grupo.

Impacto maior

A desorganização nas cadeias produtivas provocada pela pandemia de coronavírus também prejudicou a indústria de eletroeletrônicos. Muitas empresas do setor sofreram para adquirir semicondutores, o que gerou atraso na produção e na entrega e paralisação parcial em algumas linhas de produção.

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato faz uma ressalva: “Não tivemos, porém, conhecimento de nenhuma fábrica que tenha paralisado toda a produção”. Segundo ele, a expectativa do setor aponta para uma provável normalização do abastecimento em meados de 2022 ou início de 2023.

Fabricantes de máquinas e equipamentos também registraram atrasos no recebimento de peças com semicondutores, em especial no segmento de máquinas agrícolas e rodoviárias, “mas nada comparado ao que ocorreu com o setor automotivo”. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) José Velloso. “Nenhuma fábrica teve a produção interrompida.”

 

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