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Brasil Moradores reclamam de abordagens das Forças Armadas na Rocinha

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Haveria excesso de revistas, agressões físicas e verbais ocupação (Foto: Vladimir Platonow/Agencia Barsil)

O trabalho das Forças Armadas na Rocinha, em apoio às operações das polícias Civil e Militar, está interferindo na rotina dos moradores, que reclamam do excesso de revistas e até de agressões verbais e físicas. Neste sábado (23), a comunidade permanece ocupada.

“Ser revistado não é o problema. O pior é o esculacho [desrespeito]. Hoje mesmo já apanhei duas vezes. Levei chutes na canela. Se pudesse, eu revidava”, reclamou um jovem, na parte baixa da comunidade, ao lado de uma quadra esportiva.

Outro morador, que acabava de ser revistado por homens da PE (Polícia do Exército), estava indignado: “Não tenho nada a ver com isso aí”, protestou, dizendo que já era a segunda revista do dia.

No mesmo local, ao lado da quadra esportiva, que fica na saída do Túnel Zuzu Angel, uma briga entre dois homens que bebiam num bar foi dispersada por homens da PE com uso de gás de pimenta. Porém, o gás se espalhou com o vento e atingiu um grupo de mulheres e crianças, incluindo dois bebês de seis meses e quatro meses.

“Foi horrível. Eu vomitei e o meu bebê está com o rosto todo vermelho”, reclamou uma das mães.

O sargento da PE que disparou o gás explicou que apenas usou força proporcional e que a alternativa do gás é melhor do que o contato físico. “Se nós intervimos, um dos homens pode agarrar nossas armas. Infelizmente o vento não foi favorável”, explicou o sargento.

Caveirão atropela moto

Em outro ponto da comunidade, conhecido como Largo do Boiadeiro, um blindado da PM (Polícia Militar), conhecido como Caveirão, passou por cima da moto de um mototaxista.

“O prejuízo passa de R$ 3 mil. Empenou o chassis, quebrou a balança e a pedaleira. Dependo desse trabalho para sustentar minha família”, reclamou Henrique Gonçalves de Araújo.

De acordo com a assessoria de comunicação do CML (Comando Militar do Leste), “revistas necessárias podem ser realizadas, respeitadas as normas de conduta e boa educação”. Segundo a assessoria, não houve registro de qualquer reclamação ou incidente durante as ações.

A PM foi procurada, mas ainda não se pronunciou sobre a questão da moto.

Informações de moradores da Rocinha podem determinar prisão de traficantes

O secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, e o comandante da 1ª Divisão de Exército, general Mauro Sinott, que coordena as operações conjuntas das forças de segurança federais e estaduais, disseram hoje (23), em entrevista, que contam com a participação dos moradores da Rocinha para receberem informações que possam levar à prisão de traficantes e à localização de armamentos e drogas na comunidade. Para eles, as informações complementam as ações integradas que estão sendo realizadas no Rio de Janeiro.

“Moradores da Rocinha denunciem, denunciem porque a polícia vai checar qualquer informação. Nós queremos devolver a paz, queremos o retorno da tranquilidade”, disse o secretário, acrescentando que, na situação atual em que há o reforço e o trabalho integrado, fica mais fácil verificar qualquer informação.

Ele garantiu que as operações dos agentes estaduais vão continuar na Rocinha por tempo indeterminado. “Como nós somos forças do estado e temos o dever de estar presentes seja com a prevenção, seja com a investigação, a nossa presença é por tempo indeterminado. O tempo que as Forças Armadas puderem ficar, [elas] irão somar, mas essa permanência só o Ministério da Defesa poderia dizer até quando poderá durar. O tempo que puder ficar será muito útil para nós”, explicou.

O coordenador das operações integradas também assegurou que não há, até o momento, limite de tempo para a permanência dos militares na comunidade. “Não temos um prazo para sair. Estamos com bom rendimento na operação e, no momento, não estamos planejando a saída. Poderá ocorrer, mas não está sendo tratada neste momento”, afirmou.

O secretário de Segurança e o general avaliaram que são positivos os resultados – até agora – das operações integradas na Rocinha. Para eles, a situação é de estabilidade. “Houve uma estabilidade que está sendo mantida e conseguimos êxito em efetuar cinco prisões apreender 16 fuzis, uma pistola e sete granadas”, frisou o secretário.

Ele disse, também, que não tem notícia de que há entrada de agentes em moradias da favela sem permissão por meio de mandados de busca e apreensão, conforme denúncias feitas por moradores.

O general Mauro Sinott admitiu que, após a chegada das Forças Armadas na tarde de ontem, pode ter havido algum tipo de restrição na circulação de moradores que reclamaram, mas isso se deu em uma orientação da Polícia Militar, dada a intensa movimentação de tropas e veículos dos militares e de agentes estaduais.

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https://www.osul.com.br/moradores-reclamam-de-abordagens-das-forcas-armadas-na-rocinha/ Moradores reclamam de abordagens das Forças Armadas na Rocinha 2017-09-23
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