Quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de fevereiro de 2020
De acordo com dados do novo boletim da Secretaria estadual de Saúde de Minas Gerais, seis pessoas morreram com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol no caso da cerveja Belorizontina, da marca Backer. Um homem morreu no sábado (1º), em Belo Horizonte. A identificação não foi divulgada pelas autoridades.
Na madrugada desta segunda-feira (3), morreu João Roberto Borges, de 74 anos, que estava internado no hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Borges era um dos 29 pacientes que constam como suspeitos de contaminação pelo solvente. Ele era juiz titular da 28ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.
O corpo do idoso chegou nesta manhã ao Instituto Médico Legal (IML) e, ainda segundo a corporação, não há previsão para a conclusão do laudo necropsial. As vítimas da chamada síndrome nefroneural desenvolveram sintomas de alterações neurológicas e insuficiência renal após o consumo da Belorizontona, produzida pela cervejaria Backer.
Segundo a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, há 30 casos suspeitos, entre os quais 26 homens e quatro mulheres. O dietilenoglicol foi encontrado no sangue de apenas uma das seis vítimas fatais confirmadas até então.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) classifica o dietilenoglicol como um “solvente orgânico altamente tóxico” que oferece risco de morte em caso de ingestão e é capaz de levar à falência dos rins e do fígado.
O dietilenoglicol, de fórmula CHHO, é largamente utilizado como solvente em produtos químicos e remédios que não dissolvem em água, em especial na indústria farmacêutica, e também faz parte da produção de cosméticos, lubrificantes, combustíveis para aquecimento e plastificantes.
A intoxicação pelas duas substâncias causam vômito e dor abdominal, evoluindo para um quadro semelhante ao da embriaguez, com dificuldades de locomoção, fala e problemas de visão. Há também dormência e formigamento nas extremidades. O tratamento é feito com álcool etílico e até hemodiálise.
No mês passado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) concluiu que a água utilizada na produção da cerveja Belorizontina, feita pela cervejaria Backer, estava contaminada com a substância dietilenoglicol.