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Mundo Morre Violeta Barrios de Chamorro, primeira mulher eleita presidenta nas Américas, aos 95 anos

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Barrios venceu as eleições de fevereiro de 1990 na Nicarágua, lançada pela União Nacional Opositora (UNO). (Foto: Reprodução)

A ex-presidenta da Nicarágua, Violeta Barrios de Chamorro — a primeira mulher eleita neste cargo nas Américas —, morreu nesse sábado (14), na Costa Rica, aos 95 anos. A morte, confirmada pela família, foi em decorrência de uma longa enfermidade, com complicações de Alzheimer e de uma embolia cerebral sofrida em dezembro de 2018.

“Doña Violeta faleceu em paz, cercada pelo carinho e amor de seus filhos e das pessoas que lhe prestaram cuidados extraordinários”, informou um comunicado assinado por parentes. “Seus restos mortais descansarão temporariamente em San José, na Costa Rica, até que a Nicarágua volte a ser uma República, e seu legado patriótico possa ser honrado em um país livre e democrático”, destacou o texto.

Barrios governou a Nicarágua de 1990 a 1997 e ficou conhecida pela pacificação do país, que vivia um longo período de guerras. Em outubro de 2023, ela foi transferida de Manágua, a capital, para San José, na costa, para ficar perto de seus quatro filhos, banidos pelo atual governo de Daniel Ortega — ex-guerrilheiro de 79 anos, presidente da Nicarágua de 1985 a 1990 e novamente no poder desde 2007, é conhecido pelo perfil autoritário.

Em Manágua, os nicaraguenses souberam da morte da ex-presidenta por meio de publicações, nas redes sociais, da imprensa no exílio. O governo, até o momento, não se pronunciou.

O Centro de Assistência Legal Interamericano, organização nicaraguense que atua no exílio, lamentou a morte da ex-presidenta: “Morreu uma das figuras mais transcendentes da história recente da Nicarágua. Durante seu governo ocorreu a única primavera democrática, a difícil conquista da paz e das liberdades”.

Legado

Barrios venceu as eleições de fevereiro de 1990, lançada pela União Nacional Opositora (UNO), uma coalizão de 14 partidos que, com apoio de Washington, derrotou Ortega, então presidente há cinco anos e em busca da reeleição.

Aos 60 anos, ela reconciliou um país dividido e em ruínas. Aboliu o serviço militar obrigatório, concluiu o desarmamento da guerrilha contra-revolucionária, reduziu o então Exército Popular Sandinista e fortaleceu as instituições e a liberdade de imprensa.

No campo econômico, Barrios abriu o país ao livre mercado e adotou um plano de austeridade fiscal e de privatização de empresas estatais, o que provocou greves em massa. Os sandinistas a acusavam de ter anulado os avanços sociais da revolução.

Ela era viúva do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, membro de uma das famílias mais proeminentes da Nicarágua. Ele era proprietário e diretor do jornal La Prensa e foi assassinado em janeiro de 1978 por sua oposição ao ditador Anastasio Somoza.

Após os protestos contra Ortega em 2018 — cuja repressão deixou 320 mortos, segundo a ONU —, seus filhos passaram a adotar, por meio do jornalismo ou da política, um forte ativismo opositor, o que os levou ao exílio.

Repercussão

Diversas personalidades nicaraguenses e organizações sociais no exílio lamentaram a morte e elogiaram o legado de Barrios:

“Doña Violeta sempre foi coerente com seu espírito de reconciliação, sua atuação democrática e sua empatia. Faleceu em San José, forçada pelo exílio de seus filhos e filhas”, afirmou a ex-comandante guerrilheira Dora María Téllez, que vive na Espanha após ter sido presa e expulsa do país pelo governo de Ortega.

Arturo McFields, ex-embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), exilado nos Estados Unidos, considerou o legado da ex-presidenta como “imensurável”: “Doña Violeta nos lembra que nenhum exílio é eterno e que até as ditaduras mais sangrentas têm prazo de validade”.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, reagiu à morte de Barrios: “Grande dama, lutadora e democrata. À família e ao povo democrático da Nicarágua, minhas sinceras condolências”. As informações são do portal O Globo.

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