Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2021
Valor corresponde aos gastos ao longo deste ano.
Foto: Reprodução/TwitterAs viagens do presidente Jair Bolsonaro já consumiram R$ 1,67 milhão, ao longo deste ano, somente em diárias da equipe de segurança que o acompanha. Candidato à reeleição, Bolsonaro usou muitos compromissos agendados fora de Brasília para fazer política, como no último domingo (23), quando participou de um passeio com motociclistas, no Rio.
Do total consumido com diárias dos homens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – R$ 1,67 milhão –, a maior parte (R$ 1,54 milhão) foi para militares. A reportagem apurou o valor usando a ferramenta Siga Brasil, do Senado, a partir de informações do próprio GSI, órgão ligado à Presidência da República.
No Rio, o passeio de Bolsonaro com os motociclistas foi de aproximadamente 60 quilômetros, da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, até o Aterro do Flamengo, na Zona Sul. Ao final, o presidente subiu em um carro de som para discursar, acompanhado do ex-ministro da Saúde e general da ativa do Exército Eduardo Pazuello. Ambos estavam sem máscara de proteção contra coronavírus.
Antes do Rio, Bolsonaro já havia circulado de moto com apoiadores, em Brasília, no último dia 9. Militares do Gabinete de Segurança Institucional ouvidos pelo Estadão disseram, sob a condição de anonimato, que os passeios de moto de Bolsonaro foram um sucesso do ponto de vista logístico e de segurança, e devem se repetir.
A próxima “motocada” de Bolsonaro poderá ser em São Paulo (SP), no dia 12 de junho. Um evento chamado “Acelera Para Cristo em Apoio ao Presidente Bolsonaro e ao Voto Impresso” foi convocado por uma associação comercial e por um grupo de pastores evangélicos. Os organizadores do ato afirmaram que Bolsonaro participará. A Secretaria de Comunicação da Presidência disse não haver confirmação da presença dele.
Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro observou que “tem gente pedindo” novos passeios de moto. “Não marcamos nenhum ainda. Isso depende de conversar com o respectivo governador ou prefeito. Há um movimento muito forte. No próximo fim de semana, poderá ser Porto Alegre ou Belo Horizonte”, destacou ele na live.
Para o presidente, o passeio no Rio foi “uma coisa excepcional”, “sem viés político”, embora ele esteja em campanha pelo segundo mandato. “Não tinha nenhuma bandeira vermelha, nenhuma foice ou martelo”, disse Bolsonaro sobre a manifestação de domingo.
Viagem a cada 6,7 dias
Somente neste ano Bolsonaro já fez ao menos 22 viagens para fora de Brasília, a maioria delas para compromissos oficiais, como inaugurações de obras. Nem todas, porém, constam da agenda oficial do presidente. É o caso, por exemplo, do passeio motociclístico no Rio e da viagem a Santa Catarina para o recesso de carnaval, em fevereiro.
Até agora, quase todos os deslocamentos foram dentro do Brasil: a única exceção foi a viagem à capital do Equador, Quito, na semana passada. Bolsonaro esteve no país andino para a posse do novo presidente, Guillermo Lasso. Na média, ele fez uma viagem a cada 6,7 dias.
Ao sair de Brasília o presidente é sempre acompanhado por uma extensa comitiva de segurança, a cargo do Gabinete de Segurança Institucional, que é comandado pelo general da reserva do Exército Augusto Heleno Ribeiro.
Militares que trabalham com Bolsonaro avaliam que o aparato de segurança precisa ser reforçado por causa do atentado sofrido por ele quando era candidato, em 6 de setembro de 2018. Na ocasião, Bolsonaro foi atingido por uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira, enquanto participava de um comício em Juiz de Fora (MG).