Terça-feira, 30 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2015
A professora Andreza Delgado, de 20 anos, denunciou que sofreu abuso sexual de policiais militares após ser presa durante uma manifestação de estudantes contra a reestruturação da rede estadual em São Paulo. Segundo ela, os abusos aconteceram na viatura e no caminho para a delegacia. Ela foi libertada no dia seguinte, após uma audiência de custódia. Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) paulista informou que a Polícia Militar nega todas as acusações.
A denúncia.
“Eu estava na calçada e depois fui arrastada para a rua antes de ir para o camburão. Foi um policial, não foi uma policial feminina. Eles passavam muito a mão no meu corpo”, contou. Ela diz que registrou um boletim de ocorrência desse caso e fez exames no Instituto Médico-Legal. Na nota, a SSP acrescenta que as alegações de Andreza também serão apuradas, tendo sido requisitado exame de corpo de delito.
Segundo a SSP, a prisão da jovem foi realizada por lesão corporal, dano qualificado, corrupção de menor, resistência, desacato e desobediência. A jovem relata que sofreu “tortura psicológica” no estacionamento da delegacia para onde foi levada, ainda dentro do carro da Polícia Militar. “Eles estavam gravando a gente com o celular pessoal, fazendo torturas psicológicas. Me chamaram de vagabunda, macaca, dizendo que ia cortar meu cabelo, falaram que iam pegar uma gilete para depilar minha b…”, contou. “Não chegaram a me agredir muito, só na hora da detenção que me apertaram.”
Defensoria Pública atuará no caso.
Ela disse estar com receio de participar de manifestações. “Eu vejo a polícia, fico com medo, às vezes começo a chorar. Eu me senti violada, meu corpo, minha cabeça, minha mente foram violados pelo Estado”, afirmou. A Defensoria Pública paulista informou que tomou conhecimento da denúncia da professora e que está “apurando o caso e colhendo materiais para tomar as medidas cabíveis”. (AG)