Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de outubro de 2015
Uma segurada da Unimed, Ivaney Lopes Cardoso, 46 anos, foi até um laboratório conveniado com um pedido para a realização de exames para comprovar a suspeita de gravidez. No entanto, ela não conseguiu fazer nenhum teste devido ao seu nome. “É um descaso e eu fiquei indignada. Não pude fazer os exames ginecológicos porque dizem que tenho nome de homem”, diz Ivaney, moradora de Montes Claros (MG).
“Pago o plano de saúde e quando preciso não consigo usar. Fiquei 15 horas sem comer e não fiz os meus exames por causa de uma justificativa absurda. Tenho a carteirinha, mostrei a identidade, mesmo assim continuaram dizendo que meu nome é masculino”, desabafa a cozinheira, que registrou um boletim de ocorrência e pretende acionar a Justiça.
Ivaney questiona a justificativa de “ter nome de homem”, já que ela fez exames de sangue no mesmo laboratório em fevereiro deste ano, usando os mesmos documentos.
A médica responsável pelo laboratório onde Ivaney tentou fazer o exame, explica que a Unimed não autorizou a realização do procedimento. “Todo exame que é realizado através de plano de saúde precisa de uma autorização. No caso desta paciente, foi pedido e negada esta autorização pelo sistema. Todas as vezes orientamos para que procurem pelo convênio de origem para saber o que ocorreu, algumas vezes conseguimos resolver no laboratório. No caso dela, a justificativa dada foi porque o cadastro está como masculino e os exames que ela veio fazer são para dosar hormônios femininos”, fala Christine Mendes. Em nota, a Unimed afirmou que o cadastro de Ivaney foi corrigido e que ela já pode fazer os exames ginecológicos.
Mudança de nome.
Apesar do problema enfrentado no laboratório, a cozinheira é enfática ao dizer que não pretende trocar de nome, o que é permitido por lei. “A minha mãe escolheu Ivaney com todo amor, ela acha lindo e eu também, não vou mudar de nome. Era o sonho dela e do meu pai de ter uma filha.” Em Montes Claros, há 14 pessoas registradas como Ivaney e Ivanei, apenas uma delas é mulher. Cláudio Teixeira chefe do Cartório de Registro Civil explica que alguns nomes geram confusão e cita Sidnei e Deusdete como alguns deles. (AG)