Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2015
A empresária Zenilda Duarte Paulino, 52 anos, que tirou a roupa após ser barrada em uma agência do Banco do Brasil em Aquidauana, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, decidiu recorrer à Justiça após ver a “cara de ironia do funcionário” quando a porta giratória travou cinco vezes durante sua passagem nesta semana.
“Vou buscar meus direitos pelo constrangimento, pelo que o funcionário ironizou do meu grito de desespero. Vou recorrer à Justiça, sim. Com certeza, muitas pessoas vão começar a fazer isso também”, afirmou. Zenilda garantiu que não se arrepender da atitude. “Não me arrependo, só tenho vergonha pelos meus filhos. Mas se é lei [ato obsceno] vou arcar com as consequências”, enfatizou.
Justificativa do banco
Em nota, o Banco do Brasil informou que “lamenta o ocorrido e esclarece que os funcionários recebem treinamento para prestar atendimento sempre respeitoso aos clientes. A cliente recebeu os esclarecimentos necessários a respeito da situação e foi atendida por gerente da agência”. A assessoria afirmou ainda que cumpre as regras de segurança estabelecidas pela Lei 7.102/83 e Portaria 387/2006 do plano de segurança, que inclui a utilização de porta giratória detectora de metais, aprovado pela Polícia Federal.
Zenilda contou que foi tirando os objetos de metais enquanto estava na fila, pouco antes da agência abrir. Ela tentou entrar três vezes e, a cada bloqueio da porta, tirava algo da bolsa. Na terceira vez, procurou um funcionário da agência que viu tudo que estava na bolsa e deduziu que a porta estivesse travando por causa de uma embalagem de lenço umedecido que tem material metálico.
Irritação
A empresária relatou que tirou a embalagem da bolsa e, mesmo assim, a porta travou mais duas vezes. De acordo com ela, na quinta vez que tentava entrar, um funcionário teria dito: “Você deve ter alguma coisa ainda”. Indignada e com a bolsa revirada, ela jogou os pertences no chão e começou a se despir, ficando apenas de peças íntimas.
Funcionários acionaram a polícia, que foi até a agência. Conforme Zenilda, apenas neste momento ela recebeu atenção do gerente e de uma funcionária. “Os policiais foram muito gentis comigo. Pediram para me vestir e ir até o caixa fazer o que precisava. Fui lá descontar dois cheques um de 485 reais e outro de 1,5 mil reais, que estava sem fundo”, revelou.
Ato obsceno
Os policiais a encaminharam para a delegacia para prestar esclarecimentos. Foi aberto um procedimento para apurar contravenções de menor potencial ofensivo e, depois de duas horas, ela foi liberada. Zenilda vai responder por ato obsceno. Diante do caso, o delegado Mário Donizete Ferraz de Queiroz confessou que “nunca tinha visto algo parecido como profissional público”. (AG)