O carrossel não para: depois do acordo de renegociação das dívidas dos Estados com a União, os municípios começaram ontem uma campanha para receber os mesmos benefícios. O principal problema das prefeituras é o rombo de 100 bilhões de reais na Previdência do funcionalismo. O pedido é de recálculo que poderia fazer a dívida cair para 30 bilhões. Mesmo assim, é muito dinheiro.
Os prefeitos poderão fazer barulho, mas a chance de êxito é mínima. O apoio político dos Estados, garantido após as concessões de segunda-feira, será o suficiente para o presidente Michel Temer.
PONTO A PONTO
Itens da entrevista do governador José Sartori, ontem, no Palácio Piratini:
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Pacote para reforçar a segurança pública será lançado dentro de três semanas.
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Agradeceu à sua equipe que “não fraquejou nos momentos constrangedores em que o Estado teve de atrasar pagamentos”.
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Citou São Francisco de Assis: “Tenta-se fazer o possível num dia e adiante se consegue fazer o impossível.”
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Elogiou o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que foi parceiro na renegociação da dívida com a União.
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A economia com as medidas anunciadas pelo governo federal representa um quinto da folha de pagamento dos servidores do Estado.
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Independente dos poderes e diante das dificuldades, os que ganham menos devem ter prioridade no recebimento dos salários.
EMPACOU
A 22 de junho de 1986, o governo Sarney decidiu transformar uma série de autarquias em repartições de ministérios, acabando com a autonomia financeira. Era uma forma de conter despesas. Algumas poderiam ser abolidas, caso houvesse a comprovação de que eram desnecessárias. Significava o começo da reforma administrativa.
Claro que não andou por pressão das corporações.
CONDIÇÃO
Só existe uma hipótese de o PMDB não eleger o próximo presidente da Câmara dos Deputados: a união dos opostos. Eduardo Cunha chegou ao poder quando o PT lançou Arlindo Chinaglia e os tucanos apoiaram Júlio Delgado, do PSB.
PAPÉIS TROCADOS
A proposta de reforma administrativa em Minas Gerais prevê as extinções da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, da Imprensa Oficial e de cargos da educação. A bancada do PSDB se opõe. O governo é do PT.
RÁPIDAS
* Começam as tratativas para a criação do Comitê OAB-ARI, que defenderá a liberdade de expressão.
* Com a entrada de capital estrangeiro no mercado aéreo, haverá competição e as tarifas vão baixar.
* O PT na contramão: da tribuna da Assembleia, ontem, deputados criticaram o acordo de renegociação da dívida com a União.
* Jair Bolsonaro se tornará inelegível caso seja condenado por apologia ao crime e injúria.
* Argentina além do tango: automóveis zero quilômetro custam até 8 por cento menos do que os usados.
* Após um ano na prisão, o empresário Marcelo Odebrecht contará tudo e mais alguma coisa.
* Deu no site: “Senado aprova Lei das Estatais e impõe responsabilidades.” Fim da era de apadrinhados e incompetentes na condução do dinheiro público.
* Em Política, o zigue-zague é uma linha usada intensamente pela esquerda, pelo centro e pela direita.