Quarta-feira, 18 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de março de 2023
O Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário fechou o ano de 2022 com queda de 1,7%. No quarto trimestre, na comparação aos três meses imediatamente anteriores, houve alta de 0,3%.
A queda no ano veio acima da projeção mediana de queda de 1,1% esperada por analistas de consultorias e instituições financeiras. A variação de 0,3% no resultado do quarto trimestre, por sua vez, veio abaixo da estimativa mediana, de aumento de 0,8%.
Em comparação ao quarto trimestre de 2021, o PIB agro caiu 2,9%. A expectativa mediana do mercado, segundo consulta feita pelo Valor, era de aumento de 0,8%.
A agropecuária recuou 1,7% em 2022, segundo os dados das Contas Nacionais
divulgados nessa quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Soja
Foi a primeira queda anual do setor desde 2016, quando tinha caído 5,2%. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do instituto, Rebeca Palis, a queda da produção de soja foi o que mais pesou neste resultado.
“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de
produção de 11,4%, foi o que mais puxou o resultado da Agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos climáticos adversos”, afirmou ela.
Colheita recorde
Os produtores paranaenses de soja poderão produzir, em uma área de 5,76 milhões de hectares, aproximadamente 20,89 milhões de toneladas de soja nesta primeira safra 2022/2023. Esse volume, se confirmado, será o maior da história no Paraná.
As informações são da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) divulgada nessa quinta pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), relativa ao mês de fevereiro.
As expectativas para a cultura da soja representam um aumento de 70% no volume de produção comparativamente à safra 2021/2022, quando foram produzidas 12,31 milhões de toneladas.
A colheita do grão avançou para 17% da área nesta semana, e 85% das lavouras se encontram em boas condições, 12% em condições medianas e 3% em condições ruins.
Segundo a chefe em exercício do Deral, Larissa Nahirny, somando-se a primeira e a segunda safra, o Paraná deve produzir 41,07 milhões de toneladas de grãos (todas as culturas) no ciclo 2022/2023.
“Apesar do atraso no plantio e, consequentemente, na colheita dos principais grãos, como soja e milho, os agricultores paranaenses podem ter um bom resultado”, diz.
Até esta semana, por exemplo, apenas 26% da área de milho da segunda safra, estimada de 2,6 milhões de hectares, foi plantada. A colheita de feijão nos 116 mil hectares cultivados na primeira safra está avançada e termina nos próximos dias.
No Estado, a área estimada para esta safra, de 5,76 milhões de hectares, é 1,5% maior que a do ciclo 2021/2022. Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, como a região Oeste sofreu um maior impacto com o clima, a expectativa de produção foi prejudicada.
“No entanto, as regiões Sul e Norte devem ter uma produção dentro da normalidade, ou até superando a expectativa inicial”, afirma.
Nesse cenário de maior produção, observou-se uma pressão maior nos preços, segundo o Deral.
Em fevereiro, o preço médio pago aos produtores pela saca de 60 kg foi de R$ 158,14, o menor dos últimos 12 meses, e 14% menor que o registrado em fevereiro de 2022.