Por Gisele Flores | 12 de novembro de 2025
Seminário “Rio Grande do Sul e os Eventos Climáticos: Caminhos para a Adaptação” foi realizado no estande da Confederação Nacional da Indústria
Foto: Divulgação
Na COP30, que ocorre em Belém (PA), o Sistema FIERGS leva à cúpula climática global uma pauta urgente e estratégica: a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024, a adaptação climática e o papel da indústria na transição para uma economia de baixo carbono. O seminário “Rio Grande do Sul e os Eventos Climáticos: Caminhos para a Adaptação” foi realizado no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na Blue Zone — área oficial de negociações da conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
O presidente do Sistema FIERGS, Claudio Bier, abriu o evento destacando a importância de uma atuação proativa da indústria frente aos desafios ambientais. “Nossas iniciativas visam garantir a segurança hídrica e energética, além de um desenvolvimento sustentável no Rio Grande do Sul. A indústria gaúcha está preparada para essa nova realidade e quer ser parte ativa do futuro que desejamos construir juntos”, afirmou Bier, que participa da COP30 como representante do setor industrial gaúcho.
O seminário reuniu lideranças empresariais e especialistas, entre eles a diretora do CIERGS, Daniela Kraemer, o executivo do Conselho de Meio Ambiente (Codema) do Sistema FIERGS, Tiago José Pereira Neto, e o analista técnico João Pedro Albersheim Dias. O painel apresentou propostas concretas para fortalecer a resiliência do setor produtivo e das comunidades frente aos impactos climáticos, com foco em inovação, infraestrutura e políticas públicas integradas.
Entre as ações prioritárias destacadas estão o fortalecimento do monitoramento de eventos climáticos extremos, a elaboração de planos de contingência regionais e a implementação de estratégias estruturais e não estruturais para ampliar a resiliência das cadeias produtivas. A indústria também propõe medidas para a retomada da empregabilidade e o estímulo ao desenvolvimento econômico sustentável, com destaque para a gestão eficiente dos recursos hídricos — incluindo o reuso de efluentes industriais e a reservação de água para irrigação.
No eixo da logística sustentável, os participantes defenderam a ampliação dos modais ferroviário e hidroviário como alternativas estratégicas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Um exemplo citado foi o projeto da Ferroeste, no qual um estudo de viabilidade conduzido pela FIERGS apontou uma redução potencial de até 35,45% nas emissões em comparação ao transporte rodoviário convencional.
A transição energética justa também foi tema central do debate. O grupo discutiu o plano do governo estadual para as regiões carboníferas e a necessidade de garantir alternativas econômicas viáveis para as comunidades impactadas. O Rio Grande do Sul, segundo os especialistas, possui um dos maiores potenciais do país para a geração de energias renováveis, como eólica (onshore e offshore), biogás, biometano, biomassa, biocombustíveis e hidrogênio verde.
A participação da FIERGS na COP30 reforça o compromisso da indústria gaúcha com a agenda climática global e com a construção de soluções locais para desafios globais. “Estamos aqui para mostrar que a indústria não é apenas parte do problema, mas parte essencial da solução. A reconstrução do Rio Grande do Sul passa por inovação, sustentabilidade e cooperação entre setores público e privado”, concluiu Claudio Bier.
A COP30 segue até o final da semana reunindo líderes mundiais, representantes da sociedade civil, setor privado e academia para discutir metas e compromissos em torno da redução das emissões de carbono e da adaptação às mudanças climáticas. A presença do Sistema FIERGS na conferência marca um passo importante na articulação entre desenvolvimento industrial e responsabilidade ambiental no contexto da reconstrução climática do estado. (Gisele Flores)
