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Mundo Na estratégia do governo dos Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza, conter Israel é peça fundamental

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Os EUA continuam a anos-luz de abdicar da defesa de Israel. (Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, impôs inéditas sanções contra quatro colonos israelenses responsáveis por atos de violência contra palestinos na Cisjordânia. O decreto assinado no último dia 1.º não atinge diretamente o Estado de Israel – apenas indivíduos. Mas, certamente, pesa como uma cáustica advertência de Washington ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que tem fechado seus olhos a tais agressões e negligenciado seu potencial de desencadear uma nova frente de combates, desta vez na Cisjordânia. Na estratégia do governo Biden para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza e a suas ramificações no Oriente Médio, conter Israel é peça fundamental.

As críticas de Washington contra a expansão dos assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e as agressões a palestinos desferidas por colonos radicais – em geral, fortemente armados – não são novidade. Vinham de muito antes de 7 de outubro passado e foram solenemente desconsideradas pelo governo de Netanyahu, sustentado por ultraortodoxos defensores dessa expansão territorial por Israel. Mas a sanção aos quatro indivíduos – agora com ativos congelados nos EUA e sem acesso a seu sistema financeiro e a seu território – é inusitada. Para Washington, cauterizar a ferida na Cisjordânia, antes que vire uma nova frente de conflito, tem urgência.

Os EUA continuam a anos-luz de abdicar da defesa de Israel. Tampouco flexibilizarão o direito israelense a sua autodefesa, ainda mais depois do bárbaro ataque do Hamas contra civis em Israel em 7 de outubro passado. Mas há entendimento na Casa Branca de que a guerra na Faixa de Gaza está perto de um ponto de não retorno e desdobrou-se em focos que comprometem a paz em todo o Oriente Médio e a economia internacional. Contrariar Netanyahu é inevitável. Faz parte de um jogo maior de Washington, cujo sucesso depende mais dos regimes árabes do que de Israel.

Nesse sentido, o cessar-fogo na Faixa de Gaza, sob a contrapartida da libertação dos 132 reféns ainda mantidos pelo Hamas, faz parte de uma miríade de conversas que envolvem Israel e lideranças do grupo terrorista. Todas são movidas e acompanhadas pelos EUA. O reconhecimento da Palestina como Estado soberano entrou de forma pragmática na agenda da diplomacia americana no Oriente Médio. O diálogo sobre aprofundamento de alianças de Washington com as nações árabes, sobretudo com a Arábia Saudita, parece prosperar. Nas mãos dos árabes estão as perspectivas de desmonte do Hamas, de uma futura Palestina avessa a ameaças a Israel e de isolamento do Irã, o financiador do terror reinante no Oriente Médio.

Chamada de Doutrina Biden, a estratégia está claramente em execução, em que pese a contrariedade de Netanyahu. Se bem executada e exitosa, pode alcançar o que a máquina de guerra israelense não logrou em quase quatro meses na Faixa de Gaza: a neutralização do Hamas, a libertação dos reféns e o fim de um conflito que já deixou milhares de mortos e uma crise humanitária descomunal. Quem sabe haja horizonte até mesmo para uma paz menos frágil e temporária no Oriente Médio. (Opinião em jornal O Estado de S. Paulo)

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