Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2017
Citada nas investigações da Operação Calicute como uma grande compradora de joias – ao lado do marido, o ex-governador Sérgio Cabral, teria gasto R$ 6 milhões, desde 2012, em apenas uma joalheria –, a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também era uma cliente exigente. E-mails apresentados à Justiça Federal do Rio pela delatora Maria Luiza Trotta, diretora comercial da H.Stern, mostram uma série de reclamações contra a loja e até contra o marido.
Em agosto de 2009, Adriana foi ríspida com uma vendedora da loja que ofereceu uma joia de cuja qualidade a ex-primeira-dama desconfiou. “’SI’ vocês não deveriam nem ter!! Nem as piores do mercado trabalham mais com essa classificação!! É impressionante que uma loja como essa não tenha uma gama maior de opções. Até a Rosane Mecler tem várias das maiores, de todas as classificações”, escreveu a ex-primeira-dama.
“SI” é a abreviação em inglês do termo “Slightly included” (levemente incluído), que faz referência ao grau de pureza de um diamante. Quanto menos marcas internas ou externas a pedra tiver, melhor é a classificação. O grau que motivou a reclamação de Adriana é o quarto mais puro, em uma classificação que tem cinco níveis. A H.Stern resolveu o problema com diplomacia: convidou Adriana a conhecer a principal loja, de onde a ex-primeira-dama saiu com um par de brincos.
Em outra ocasião, um par de brincos feito por encomenda não teve o resultado esperado. “O brinco da Adriana não ficou bom. Uma tremenda saia justa”, escreveu Maria Luiza Trotta para Roberto Stern, sócio da joalheria.
A exigência se estendia também aos presentes que ganhava de Cabral, que permanece preso em Bangu enquanto Adriana está em prisão domiciliar no apartamento da família, no Leblon. Um par de brincos de R$ 155 mil, comprado para o Dia dos Namorados de 2012, não a deixou satisfeita. “Ela (Adriana Ancelmo) não gostou do brinco que ele (Sérgio Cabral) escolheu”, diz outra mensagem anexa ao processo.