Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de maio de 2021
Com a duração da pandemia de coronavírus se estendendo mais do que o esperado pelos brasileiros, pessoas que tinham planos de viajar precisaram adiá-los pela segunda vez. O problema, no entanto, é que muitos desses consumidores acabaram perdendo as famosas “milhas”.
Esses pontos de programas de benefícios de bancos e companhias aéreas podem ser trocados por passagens áreas ou produtos como eletrodomésticos e eletrônicos. O problema, no entanto, é que eles têm prazo de validade. Mas especialistas garantem que, mesmo em um contexto ainda caótico e nebuloso, existem opções interessantes para os clientes não saírem no prejuízo (ou, pelo menos, nem tanto).
No ano passado, quando a pandemia começou, muitas empresas de benefícios ligadas às companhias aéreas (como Smiles, Mutiplus e TudoAzul) estenderam os prazos de validade das milhas. Um ano depois, no entanto, essa ação não foi continuada por algumas empresas. As opções do consumidor neste cenário, então, passaram a ser: vender as milhas, trocar por outros produtos do catálogo, usá-las para comprar uma passagem em uma data mais distante ou entrar em contato com a companhia.
Segundo Leonardo Cassol, economista do site Melhores Destinos, tanto as empresas de benefícios das companhias aéreas quanto os bancos têm criado promoções mais vantajosas para que os clientes troquem suas milhas por itens do seu catálogo.
“Recentemente, eu mesmo troquei 12 mil milhas por uma cafeteira e ganhei R$ 388 em capsulas de café. Antes, não havia promoções desse tipo”, conta. Ele explica que essas ações passaram a ser mais comuns, a fim de incentivar o cliente a usar aquelas milhas. Ele orienta, no entanto, que os consumidores façam as contas para saber se a troca vale a pena.
O cálculo básico, segundo Cassol, é ver o preço daquele produto em reais, pesquisando em lojas on-line, e depois ver o quanto ele custa em milhas. “Por exemplo, o produto custa R$ 500 em uma loja on-line e no programa de benefícios está custando 25 mil milhas ou pontos, significa que cada milha está valendo R$ 0,02, o que é um bom valor”, explica. Ele afirma que caso a milha “custe” abaixo de R$ 0,02, valeria mais a pena vendê-la, uma vez que o preço médio pago pelas milhas por quem compra é de R$ 0,02.
Cassol explica que alguns programas até fizeram novas parcerias, como com empresas de transporte por aplicativo como a Uber. “Nelas, o cliente pode trocar os pontos por crédito e fazer viagens, o que também pode ser uma boa alternativa”, afirma.
Ele explica que é importante que as pessoas tenham em mente que as milhas não são só para viagens. “Elas são como uma moeda, que você pode trocar por várias coisas, inclusive viagens, que tendem a ser a troca mais vantajosa”, diz.
Uma segunda opção é o cliente vender aquelas milhas para empresas especializadas, como a MaxMilhas e a 123Milhas. Nelas, o consumidor faz um cadastro no site e anuncia quantas milhas ele quer vender e o valor (geralmente, os sites sugerem uma faixa de preços onde há a maior possibilidade de venda).
“A MaxMilhas, por exemplo, compra as milhas mesmo que elas estejam perto do vencimento. Nesses casos, claro, paga-se um valor mais baixo, o cliente deixa de ganhar o que ele ganharia se vendesse com mais antecedência. Porém, é uma das alternativas mais vantajosas quando se está próximo à data de expiração daqueles pontos”, afirma Rafael Palácio, gerente de negócios da MaxMilhas.
Outra alternativa, segundo o especialista, é usar as milhas prestes a expirar para comprar uma passagem em uma data distante. “É claro que não é para a pessoa viajar agora. Mas quem se sentir confortável, quem está vacinado ou tem previsão de ser vacinado e se sinta confortável para viajar no ano que vem, ou no outro, pode encontrar passagens muito baratas neste momento. Mas é preciso ficar atento aos riscos, pois ainda não sabemos o que vai acontecer”, diz. As informações são do jornal Valor Econômico.