Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Na pandemia, smartphone fica mais caro e brasileiro busca alternativas

Compartilhe esta notícia:

Alta do dólar e estratégia de lançamento das empresas fizeram preço de aparelhos subir.

Foto: Reprodução
Alta do dólar e estratégia de lançamento das empresas fizeram preço de aparelhos subir. (Foto: Reprodução)

Quem pesquisou para trocar de celular nos últimos meses deve ter levado um susto: os smartphones estão mais caros no Brasil. Segundo dados recentes da consultoria IDC, o preço médio de um aparelho no 2.º trimestre foi de R$ 1,5 mil, em alta de 23% ante 2019, em efeito puxado pela alta do dólar e pela estratégia de lançamentos das empresas. Com a crise e incerteza econômica, o aumento deixa muitos brasileiros em dúvida na hora de colocar a mão no bolso – ainda mais em tempos de isolamento social, quando a demanda pelo uso de tecnologia aumentou.

A alta dos preços é visível em diferentes segmentos do mercado. Considerado um aparelho “super premium”, o Galaxy Note 20, da Samsung, chegou ao Brasil neste mês por até R$ 8 mil. No ano passado, seu antecessor Note 10 custava no máximo R$ 6,8 mil. No mercado intermediário, uma mudança sensível apareceu no Moto G9 Plus, da Motorola, que chegou ao mercado este mês por R$ 2,5 mil – no ano passado, o Moto G8 Plus foi lançado a R$ 1,7 mil.

Segundo Renato Meireles, analista da IDC Brasil, esse movimento atinge o mercado de smartphones como um todo. “Hoje, praticamente não há smartphones de entrada por menos de R$ 700”, diz. Por outro lado, ele nota que os aparelhos mostram evoluções ano a ano. “Ao mesmo tempo, já é possível ver câmera tripla em um smartphone de baixo custo.”

Na hora de comprar, afirmam especialistas, o consumidor deve entender quais inovações são de fato úteis entre um aparelho e outro – uma câmera melhor para quem gosta de tirar fotos pode valer alguns reais a mais, mas não uma evolução tímida na capacidade de processamento.

Estratégia em xeque

A alta de preços não é um fenômeno novo – em uma estratégia que foi puxada pela Apple, criando a categoria super premium, com celulares que chegaram a custar até cinco dígitos. Para Fernando Balaiuna, diretor da consultoria GfK, a tática é uma resposta à própria evolução do mercado. “Já existe um nível de exigência maior do consumidor e o caminho do mercado é convencer as pessoas a fazerem uma atualização”, diz.

Mas essa tática entra em xeque num cenário de crise e incerteza econômica como o causado pela pandemia. O resultado são consumidores mais sensíveis aos altos preços. A publicitária Verena Liz Schlik, por exemplo, pretendia comprar um smartphone em maio, no seu aniversário, mas fez alguns cálculos e resolveu adiar a compra. “Eu tenho um Galaxy S8 há dois anos e queria trocar para esse modelo não ficar obsoleto”, diz a jovem, de 23 anos, que mora em São Paulo. “Mas como meu celular ainda funciona bem, vou esperar o dólar abaixar um pouco e os preços se estabilizarem pra ter um negócio melhor.”

Verena não está sozinha: como ela, muitos consumidores decidiram ficar mais um tempo com o celular que já têm. Outros nem tiveram como realizar a compra, com lojas fechadas e problemas de abastecimento – parte considerável dos componentes de celulares feitos no Brasil é importada da China, que sofreu primeiro com o coronavírus.

O resultado, diz a IDC, foi uma queda de 30% nas vendas de celular no 2.º trimestre de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Para o ano, a previsão da consultoria é de queda de dois dígitos no mercado no País – se confirmado, seria o maior tombo do setor na última década em termos porcentuais.

tags: tecnologia

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Forjada na instabilidade política, Geração Z estreia em eleições no Brasil
Governo quer derrubar proteção de manguezais e restingas
https://www.osul.com.br/na-pandemia-smartphone-fica-mais-caro-e-brasileiro-busca-alternativas/ Na pandemia, smartphone fica mais caro e brasileiro busca alternativas 2020-09-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar