Sexta-feira, 14 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2025
A primeira semana da COP30, em Belém do Pará, tem sido marcada pela circulação de notícias falsas e informações descontextualizadas sobre a realização da cúpula. Publicadas a partir de perfis de oposição ao governo, as postagens contradizem informações oficiais, levantam dúvidas sobre as negociações conduzidas e focam em críticas à esquerda.
A circulação desses posts reforça a importância do lançamento na COP, nesta semana, de um pacto de união entre governos contra a desinformação, denominado “Iniciativa Global para a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas”.
Levantamento obtido pelo jornal O Globo, antecipado pelo colunista Ancelmo Gois, mostra que já no primeiro dia de cúpula, na última segunda-feira, mais de 1.114 postagens foram classificadas como falsas. O monitoramento, feito pela plataforma de IA Tistto, analisou dez mil publicações nas redes sociais TikTok, Instagram e X.
Entre elas, por exemplo, há postagens que apontam que o início do evento coincidiu com a chegada de um tornado no Paraná por conta de um “aviso divino” ou postagens que mostram uma foto de Lula “falando com a parede” em um discurso na conferência, criada a partir de ferramentas de inteligência artificial.
Também circulam fotos e vídeos manipulados que simulam um brinde de champanhe de Lula e Janja no iate usado como hospedagem em Belém ou um barco com a marca da COP 30 pegando fogo no porto da cidade.
Há também publicações que dão destaque a problemas de infraestrutura encontrados nos locais que sediam o evento, como as instalações de ar-condicionado que falharam durante os primeiros dias de cúpula. “Salão de eventos sem um ar-condicionado, a FLOP30 quer mesmo que as pessoas acreditem no ”aquecimento global’, custe o que custar”, disse um post feito no X.
Outras publicações também criticam o uso de diesel para a manutenção de geradores de energia usados no evento. “Prometeram combustível 100% renovável, entregaram fumaça, vazamento e hipocrisia”, escreveu o vereador paulista Rubinho Nunes (União-SP) em um post. “A esquerda ‘salva o planeta’ poluindo a Amazônia”, ele completou. Em nota, a Petrobras informou que abastece o evento com o fornecimento de combustível com 10% de conteúdo renovável.
Também circulam nas redes sociais publicações que criticam a invasão das instalações do evento na última quarta-feira, atribuindo a manifestação a aliados do presidente Lula. “Na COP 30, em Belém, indígenas financiados por ONGs de esquerda invadiram a área restrita do evento, quebraram tudo e feriram seguranças, e ninguém fala dos atos antidemocráticos”, disse o deputado federal Antonio Carlos Nicoletti (União-RR) na legenda de um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
“Cena patética da esquerda na COP 30”, também escreveu a ex-candidata à prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo-SP) ao compartilhar em suas redes sociais trechos da manifestação. Perguntada sobre a associação da manifestação à esquerda, Marina disse que “parte dos dissidentes eram indígenas Tapajós e a outra parte, integrantes do coletivo Juntos, ligados ao PSOL, e usavam camisas do partido”. Ao responder sobre o evento, ela também afirmou que enxergava a cúpula como uma “hipocrisia” por ter “líderes chegando de jatinho, de barco a diesel, geradores queimando combustível fóssil para manter o ar-condicionado enquanto todos discutem ‘como salvar o planeta”.
“Invasão, terror e quebradeira causam terror na FLOP 30”, comentou o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) em um post no Instagram. Em outra publicação, o parlamentar escreveu que a Organização das Nações Unidas (ONU) “detonou” o presidente Lula, após o envio de uma carta do braço da entidade para Mudança no Clima que exigia um plano para lidar com a segurança durante a realização da cúpula. As informações são do jornal O Globo.