Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2018
O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (24), em discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que o governo vai “batalhar dia e noite” pelos votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Temer, que chegou na terça-feira (23) ao país europeu, participa pela primeira vez do fórum de Davos, que reúne todos os anos lideranças globais, como políticos, representantes de ONGs, executivos e investidores, para discutir temas ligados à agenda econômica e ao desenvolvimento.
O presidente discursou em sessão plenária e respondeu a perguntas feitas pelo fundador do fórum, Klaus Schwab. Na fala de abertura, um dos temas abordados foi a reforma da Previdência no Brasil. Segundo Temer, o “povo brasileiro” percebe que o atual sistema é “insustentável”.
“Nosso próximo passo é consertar a Previdência Social, tarefa para qual nós estamos muito empenhados. Cada vez mais, o povo brasileiro percebe que o sistema atual é injusto e insustentável. Portanto, nós vamos batalhar dia e noite pelo voto no Congresso Nacional para aprovar a proposta que ali está”, disse Temer.
Apesar do discurso otimista do presidente, o governo encontra dificuldades para viabilizar a aprovação da reforma, que está em análise na Câmara dos Deputados e ainda precisará passar pelo Senado. O Palácio do Planalto tentou votar a proposta na Câmara em dezembro, porém, sem os votos necessários (pelo menos 308 dos 513 deputados), adiou para fevereiro deste ano. Até o momento, não há garantia de que o texto será aprovado.
Ao se referir ao processo eleitoral de 2018, Temer afirmou, diante da plateia em Davos, que “não há alternativa à agenda de reformas”. Para o presidente, os atores políticos e econômicos concordam com a sua opinião.
“O Brasil que vai às urnas em outubro sabe que a responsabilidade dá resultados, traz equilíbrio nas contas, crescimento e empregos. Viabiliza políticas sociais. Aliás, hoje, os principais atores políticos e econômicos convergem em que não há alternativa à agenda de reformas que estamos promovendo. O espaço para uma volta atrás é virtualmente inexistente”, declarou.
Fórum 2018
Desde 2014, quando Dilma Rousseff discursou, que um presidente do Brasil não participava do Fórum Econômico Mundial. Em 2017, por exemplo, o principal nome da comitiva brasileira foi o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que também está na Suíça neste ano.
A 48ª edição do fórum teve início na terça-feira com a previsão de reunir 70 chefes de Estado e de governo. A relação de autoridades aguardadas traz o presidente americano Donald Trump. Na abertura, discursou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O premiê afirmou que a globalização “está perdendo lentamente seu brilho”, a favor do protecionismo.
O fórum terá mais de 400 painéis e sessões de trabalho para debater assuntos variados, entre os quais, questões climáticas, fake news, combate às ameaças cibernéticas, assédio sexual, impacto de novas tecnologias no mercado de trabalho e crescimento mais igualitário.