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Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2019
Na visita oficial aos Estados Unidos para o encontro com o presidente Donald Trump, prevista para o fim de março, o presidente Jair Bolsonaro deverá ficar na residência oficial de hóspedes do governo americano, a Blair House, localizada no outro lado da rua da Casa Branca, segundo fontes envolvidas nas tratativas da viagem.
O convite para a hospedagem na Blair House é um gesto diplomático do presidente americano a chefes de Estado em visita oficial. A mesma deferência foi feita a Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. O chanceler Ernesto Araújo esteve em Washington há cerca de dez dias para iniciar a preparação da visita de Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, esteve em Washington no último dia 7 e em Nova York para acertar os detalhes da viagem presidencial. A agenda de Bolsonaro deve reunir temas econômicos e comerciais, segundo o chanceler. Araújo quer também que parlamentares americanos visitem o Brasil para conhecer a realidade nacional e discutir temas de interesse mútuo.
Em Nova York, o ministro teve reuniões com empresários e formadores de opinião, além de especialistas em geopolítica mundial. Ele se reuniu com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Transferência
Durante a passagem por Washington, Araújo conversou com o ministro do Exterior da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu. Segundo o chanceler, o turco quis saber como está a definição sobre a possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. O tema divide a comunidade judaica e a muçulmana, pois Jerusalém é considerada religiosa para os dois povos, além dos católicos.
Araújo afirmou ao chanceler turco que o assunto está em fase de análise. “É um processo que estamos estudando”, disse o ministro brasileiro, lembrando que o chanceler turco demonstrou preocupação com a eventual transferência. “Sobretudo a preocupação de que um eventual gesto brasileiro sobre a mudança pode ter algum tipo de impacto ou repercussão negativa para a região ou o processo de paz. [Eles querem que] qualquer reação nossa contribua para a paz na região”, ressaltou Araújo.
Venezuela
Araújo também conversou com o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, e com a embaixadora venezuelana designada para o Brasil, María Teresa Belandria. Em pauta, o agravamento da crise na Venezuela em meio ao impasse que acentua os problemas humanitários na região. O assunto também foi tratado na reunião do chanceler no Congresso dos EUA.
Araújo disse que tanto Almagro quanto os parlamentares americanos têm preocupações semelhantes às do Brasil em relação aos acontecimentos na Venezuela. De acordo com ele, há um “interesse em contribuir com a transição democrática” no país vizinho.
O chanceler descartou a possibilidade de diálogo, lançada pelo Grupo de Contato, integrado por países europeus, México e Uruguai, entre outros, que defende negociações entre o presidente Nicolás Maduro, em contraposição ao que afirma o Grupo de Lima, que apoia a interinidade do governo de Juan Guaidó e rechaça a atual gestão.