Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2016
A polícia do Rio concedeu entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (18), sobre o caso envolvendo quatro nadadores norte-americanos. Segundo o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, um dos dois atletas que prestaram depoimento nesta quinta, Gunnar Bentz ou Jack Conger – Veloso não soube precisar qual dos dois –, confirmou a conclusão da polícia, de que não houve assalto, mas uma confusão no posto de gasolina.
Segundo Veloso, as responsabilidades de cada um serão analisadas antes de concluir se eles vão responder criminalmente. O chefe da Polícia Civil disse que ainda não é possível afirmar de que crimes os atletas podem ser acusados e disse que eles provocaram “atos de vandalismo” no banheiro do posto.
“Em tese, eles podem vir a responder por falsa comunicação de crime e dano ao patrimônio”, explicou o chefe da Polícia Civil. “O carioca viu nome da cidade manchado por essa versão fantasiosa. Seria nobre e digno pedir desculpas. Por ora, não houve [o pedido].”
Ryan Lochte seria o mais exaltado, segundo o depoimento de um dos nadadores. Veloso, no entanto, ressaltou que seria “prematuro” atribuir ao 12 vezes medalhista olímpico a invenção da mentira. Lochte é o único dos quatro que deixou o país, embarcando antes de ter o passaporte apreendido.
Gunnar Bentz ou Jack Conger foram ouvidos na Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), responsável pela investigação, na tarde desta quinta. Na quarta à noite, eles foram retirados de dentro do avião após um mandado judicial.
Para Veloso, não há necessidade de manter os dois detidos no Brasil e cabe à Justiça decidir quando os passaportes serão devolvidos aos nadadores Gunnar Bentz e Jack Conger.
O quarto nadador, James Feigen, já manifestou, por meio de advogados, que vai colaborar com a investigação, de acordo com a Polícia Civil.
Mentira para namorada pode ter motivado versão
Segundo Veloso, uma das linhas de investigação é de que a versão fantasiosa contada pelos nadadores pode ter sido uma tentativa de enganar a namorada de um deles. Testemunhas contaram que eles ficaram com meninas na festa com os atletas.
Outras hipóteses, no entanto, não estão decartadas.
Armas apontadas
Com a confusão, funcionários foram ver o que acontecia e tentaram controlar a situação. A polícia confirmou que os seguranças sacaram a arma e que elas estão legalizadas. “Se houve arma apontada para eles? Sim. Arma foi empregada para contê-los”, diz o chefe da polícia. “Nada indica que houve excesso do segurança ao usar força”, acrescentou.
Vídeo mostra tumulto
Imagens das câmeras de segurança do posto de gasolina mostram o tumulto entre os quatro nadadores e seguranças do estabelecimento. De acordo com a polícia, com base nas imagens e em depoimentos, foi excluída a hipótese de os atletas terem sido assaltados, como havia sido relatado por Ryan Lochte e James Feigen. Para os investigadores, eles inventaram o roubo.
O vídeo, obtido pela TV Globo, mostra os nadadores saindo do banheiro. Segundo a polícia e funcionários do posto, eles depredaram o local. Por isso, teriam sido impedidos por seguranças de deixar o estabelecimento que fica na Barra da Tijuca, no caminho entre a Lagoa, onde estavam em uma festa, e a Vila Olímpica.
As imagens mostram um dos nadadores levantando as mãos enquanto os seguranças os abordam. Em entrevista a uma emissora de TV americana, pouco depois do episódio, na madrugada de domingo (14), Lotche teria dito que o grupo foi abordado por homens vestidos de policiais. (Gabriel Barreira e Nicolás Satriano/AG)