Terça-feira, 18 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2025
Segundo Sheinbaum, o acordo que o México tem com os EUA "respeita claramente a soberania e a integridade territorial"
Foto: ReproduçãoA presidente do México, Claudia Sheinbaum, reiterou nesta terça-feira (18) que não aceitará uma intervenção dos Estados Unidos. A fala foi feita em coletiva de imprensa após ela ser questionada sobre as declarações de Donald Trump na segunda-feira (17), nas quais ele afirmou que teria “orgulho” de atacar instalações de narcotráfico no México e na Colômbia.
“Ele [Trump] sugeriu em diversas ocasiões, ou disse: ‘Oferecemos a vocês uma intervenção militar dos EUA no México ou o que for necessário para combater grupos criminosos'”, revelou Sheinbaum nesta terça.
“Mas eu já lhe disse em todas as ocasiões que podemos colaborar que eles podem nos ajudar com qualquer informação que tenham, mas que operamos dentro do nosso próprio território e não aceitamos intervenção de nenhum governo estrangeiro”, afirmou.
Segundo Sheinbaum, o acordo que o México tem com os EUA “respeita claramente a soberania e a integridade territorial, e estabelece colaboração e coordenação sem subordinação”. A presidente enfatizou que não solicitarão uma intervenção militar americana. “Não queremos intervenção de nenhum governo estrangeiro”, insistiu.
Na segunda-feira, Trump afirmou que estaria preparado para lançar ataques dentro do México e da Colômbia para conter o fluxo de drogas para os Estados Unidos.
“Nós sabemos os endereços de todos os chefões do narcotráfico… sabemos tudo sobre cada um deles. Eles estão matando nosso povo. Isso é como uma guerra. Eu faria isso? Teria orgulho de fazer isso”, comentou.
O presidente acrescentou que provavelmente buscaria a aprovação do Congresso para um ataque no México, o que representaria uma escalada após semanas de ataques a navios no Pacífico e no Caribe que, segundo o governo dos EUA, traficam drogas.
“E sabem de uma coisa? Tanto democratas quanto republicanos apoiariam [o ataque], a menos que sejam malucos”, disse ele, antes de deixar em aberto a possibilidade de uma ofensiva semelhante na Colômbia.
“A Colômbia tem laboratórios de cocaína onde produzem cocaína… eu destruiria esses laboratórios? Teria orgulho de fazer isso, pessoalmente. Não estou dizendo que vou fazer isso, mas teria orgulho de fazer isso, porque vamos salvar milhões de vidas fazendo isso”, destacou.
Sheinbaum reiterou na coletiva de imprensa que tanto Trump quanto autoridades e legisladores, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, foram informados da posição do México.
Ela também observou que o governo dos Estados Unidos emitiu uma declaração indicando que só interviria se o México solicitasse.