Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo “Não há comida nos quartéis venezuelanos”, disse um sargento desertor

Compartilhe esta notícia:

O autoproclamado chefe de Estado Juan Guaidó postou vídeo com militares que escolheram o seu lado. (Foto: Reprodução/Twitter)

O sargento Carlos Eduardo Zapata transformou a ordem de impedir a entrada da ajuda humanitária enviada do Brasil para a Venezuela em uma chance de desertar, cansado de uma vida em que falta de tudo, dentro e fora do quartel. “Nos comandos [quartéis] militares, não há comida. Não tem colchões. Nós, os sargentos da Guarda Nacional, estamos dormindo no chão”, disse o agora ex-membro das forças de governo de Nicolás Maduro.

“Estamos cobrindo nossas necessidades com nossos soldos, comprando uniformes e botas. Não temos dinheiro para comprar um litro de leite para nossos filhos, os filhos estão magros”, acrescentou.

Zapata deixou no domingo (24) o destacamento fronteiriço onde estava designado, se desfez do uniforme e, depois de caminhar por várias horas por trilhas sob um sol inclemente, entrou em Pacaraima, em solo brasileiro, para pedir refúgio.

Não foi uma decisão fácil nem repentina. Vinha pensando nisso há tempos, desde que começou a decadência dramática da vida na Venezuela.

“Nós temos medo e tememos por nossos familiares pelo que possa acontecer”, disse a jornalistas.

A morte de um sobrinho, há cinco dias, “em um hospital porque não havia medicamentos” foi a gota d’água. Foi quando decidiu sair.

Segundo ele, a demolidora combinação de hiperinflação e escassez afeta também as patentes baixas das forças armadas.

Em dezembro inflação acumulada em 12 meses na Venezuela ultrapassou 1.000.000%, segundo cálculos divulgados pela Assembleia Nacional, de maioria opositora. Foi a primeira vez que a marca é rompida desde o início da crise no país. Entre novembro de 2017 e de 2018 o índice foi de 1.299.724%, disse o deputado Rafael Guzmán, que integra a comissão de Finanças da Casa.

No acumulado de 2018 apenas, o valor ficou em 702.521%, com um índice de 144,2% em novembro.

No balanço relativo a setembro, a inflação diária na Venezuela era de 4% – mais que a estimativa para todo o ano no Brasil – e, a mensal, de 233%.

Zapata foi o terceiro sargento da GNB (Guarda Nacional Bolivariana) a entrar no Brasil em menos de 24 horas, em um ato de reconhecimento ao líder opositor, Juan Guaidó, como presidente encarregado da Venezuela.

Os outros dois, Jean Carlos César Parra e Jorge Luis González, o fizeram no sábado (23). Aproveitaram os distúrbios entre suas tropas e os manifestantes que chegaram a apoiar a entrada na Venezuela de dois caminhões com ajuda humanitária, uma operação que acabou fracassando.

“Há muitos colegas que querem vir. Quem sustenta Maduro é alto comando militar porque são corruptos”, afirmou Zapata.

“Mas não é fácil. De repente, um civil vem para o Brasil e pronto, não acontece nada, pede refúgio e acabou. Nós, os militares, se voltarmos, nos põem presos”, acrescentou.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Auditores fiscais reagem à ideia de restringir a atuação da Receita Federal
A União Europeia disse que a intervenção militar na Venezuela deve ser evitada
https://www.osul.com.br/nao-ha-comida-nos-quarteis-venezuelanos-disse-um-sargento-desertor/ “Não há comida nos quartéis venezuelanos”, disse um sargento desertor 2019-02-25
Deixe seu comentário
Pode te interessar