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Brasil “Não respeito delator”, diz Dilma sobre acusação de empreiteiro

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Declaração foi uma resposta à denúncia de que sua campanha teria recebido dinheiro ilícito. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

“Eu não respeito delator”, disse a presidenta Dilma Rousseff na tarde desta segunda-feira (29), em sua primeira reação pública ao depoimento do dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. Em breve conversa com a imprensa após encerrar, em Nova York (EUA), um seminário sobre oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil, Dilma negou as acusações de repasses irregulares para a sua campanha de reeleição e prometeu tomar providências se voltar a ser citada pelo empresário, mas defendeu que a Justiça investigue as denúncias.

“Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos”, declarou a chefe do Executivo.

Dilma citou o senador tucano Aécio Neves (MG), argumentando que se ela recebeu 7,5 milhões de reais da UTC no segundo turno da campanha presidencial de 2014, o candidato do PSDB também foi agraciado “com uma diferença muito pequena de valores”.

“A minha campanha recebeu dinheiro legal, registrado, de 7 milhões de reais, 7,5 milhões de reais. Na mesma época que eu recebi os recursos, pelo menos uma das vezes, o candidato que concorreu comigo recebeu também, com uma diferença muito pequena de valores” – disse Dilma para depois acrescentar ao ser perguntada se estava falando do mineiro: “Eu estou falando do Aécio Neves, só tinha um candidato que concorreu comigo, não tinha dois”.

A presidenta lembrou que aprendeu cedo a não gostar de Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira: “Tem uma coisa que me acompanhou ao longo da vida. Em Minas, na escola, quando você aprende sobre a Inconfidência Mineira, tem um personagem que a gente não gosta porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. Ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator”, alegou Dilma

Reis foi responsável por delatar à Coroa portuguesa a Inconfidência Mineira, movimento pela proclamação da República em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG). Em troca do perdão de dívidas, Reis entregou o plano e o nome dos participantes da conspiração, o que levou à repressão do movimento e à condenação de seus líderes, entre eles Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, sentenciado à morte.

E recorreu, mais uma vez, à sua experiência durante a ditadura: “Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma delatora; a ditadura fazia isso com as pessoas presas. E eu garanto para vocês que eu resisti bravamente, até em alguns momentos fui mal interpretada, quando eu disse que, em tortura, a gente tem de resistir, porque senão você entrega seus presos. Então, não respeito nenhum. Agora, acho que a Justiça deve pegar tudo o que ele disse e investigar. Tudo, sem exceção. A Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal”.

Quando a perguntaram se pretende tomar alguma providência, ela foi categórica: “Se ele falar sobre mim, eu tomo”. Quanto aos seus ministros – Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social, foram citados na delação –, a presidenta afirmou que vai discutir com cada um privadamente: “Aí nós vamos avaliar com cada ministro, porque é foro deles”.

Em seu depoimento de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, Pessoa, apontado como chefe do “cartel das empreiteiras”, listou diversas campanhas como beneficiárias de recursos que partiram de suas mãos. A da presidenta Dilma Rousseff, em 2014; a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006; a de Mercadante ao governo de São Paulo, em 2010; e de mais cinco senadores e três deputados federais. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal vão investigar se as doações foram legais ou se houve irregularidades.

O empresário disse que boa parte dos recursos, mesmo os declarados, repassados a políticos é compensada por desvios de contratos com a Petrobras. Para investigadores, isso pode ser considerado ilegal, mesmo havendo registro na Justiça eleitoral. Outra interpretação é que, se a denúncia se comprovar, haveria corrupção, pelo fato de o executivo ser obrigado a doar para obter contratos, e ainda lavagem de dinheiro, porque recursos da estatal poderiam ter sido drenados para doações de políticos do governo. (AG)

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https://www.osul.com.br/nao-respeito-delator-diz-dilma-sobre-acusacao-de-empreiteiro/ “Não respeito delator”, diz Dilma sobre acusação de empreiteiro 2015-06-30
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