Sábado, 11 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2016
O senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) apareceu nesta segunda-feira (09) pela primeira vez na Casa desde que foi preso, em novembro do ano passado, por suspeita de atrapalhar as investigações da Lava-Jato. Delcídio foi apresentar sua defesa na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que analisava parecer do Conselho de Ética que recomenda a cassação de mandato do senador por quebra de decoro parlamentar.
A sessão da CCJ chegou a ser suspensa, após senadores aprovarem um requerimento de Aloysio Nunes (PSDB-SP) para pedir informações adicionais sobre o processo contra Delcídio que corre no STF (Supremo Tribunal Federal), e uma nova sessão seria marcada para voltar a analisar o caso.
Mas senadores da comissão se reuniram horas depois, no plenário da Casa, e aprovaram o parecer do relator da comissão que recomendava a continuidade do processo contra Delcídio. A mudança ocorreu após o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmar que seria muito difícil marcar a sessão para votar a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma antes resolver a questão de Delcídio.
A dificuldade, afirmou Calheiros, seria convocar a votação de um processo posterior ao da cassação de Delcídio, que teve início em dezembro – o de Dilma foi recebido pela Casa em abril. Após a fala, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou requerimento de urgência para votar o parecer da CCJ em plenário, não na sala em que a comissão geralmente se reúne. A nova sessão foi aberta e o colegiado aprovou o parecer contra Delcídio.
Com a aprovação, a cassação do senador deve ser votado nesta terça-feira (10), e a abertura do processo de impeachment de Dilma, na quarta-feira (11). Para tentar evitar a sua cassação, Delcídio pediu “desculpas” pelo constrangimento que causou aos pares e afirmou que é “acusado de obstrução de Justiça”, mas que isso não é um crime grave. “Eu não roubei, não desviei dinheiro, não tenho conta no exterior. Estou sendo acusado de quê? De obstrução de Justiça”, disse.
“E obstrução de Justiça quando eu, como líder do governo, inadvertidamente, volto a repetir, peço desculpas, errei, mas agi a mando”, afirmou o senador, sem explicar quem ordenou que ele obstruísse a Justiça. (AG)