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Por Redação O Sul | 4 de maio de 2018
Em vez de destroços de avião, as buscas pelo voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 8 de março de 2014, encontraram dois navios que naufragaram no século 19. As embarcações, descobertas a 2,3 mil km a oeste da Austrália, foram identificadas por pesquisadores como integrantes de uma frota britânica que transportava carvão para comércio.
As equipes de busca se depararam com as carcaças dos navios durante uma busca no Oceano Índico em 2015. Pesquisadores marítimos australianos usaram imagens de sonar e registros históricos de navegação para identificar as embarcações. Já a localização do MH370 continua desconhecida, quatro anos após o avião desaparecer com 239 pessoas a bordo, quando voava de Kuala Lumpur para Pequim.
Descobertas inesperadas
Um dos navios, avistado em dezembro de 2015, foi identificado como uma barca de ferro. Ross Anderson, curador de arqueologia marítima do Museu da Austrália Ocidental, disse que, possivelmente, o navio é um desses três barcos desaparecidos no passado: o West Ridge (que sumiu em 1883), o Kooringa (1894) ou o Lake Ontario (1897).
O mais provável, segundo Anderson, é que a embarcação encontrada seja o West Ridge, que desapareceu, juntamente com os 28 membros da tripulação, quando navegava da Inglaterra para a Índia. A embarcação pesava entre 1 mil e 1,5 mil toneladas e foi encontrada relativamente intacta, em posição vertical, no fundo do mar, a cerca de 4 km de profundidade.
O outro navio, encontrado em maio de 2015, a 36 km de distância do primeiro, tinha um casco de madeira. Anderson diz que este navio pode ser o W. Gordon, que sumiu quando navegava da Escócia para a Austrália em 1877, ou o Magdala, que desapareceu em 1882 na rota do País de Gales para a Indonésia.
Estes dois navios tinham uma tripulação de 15 a 30 homens. “As evidências apontam que o navio naufragou como resultado de um evento catastrófico, como uma explosão, o que era comum no transporte de cargas de carvão”, explica Anderson.
O desaparecimento
Na madrugada de 8 de março de 2014, no horário local (tarde de 7 de março, horário UTC), a aeronave que realizava esta rota levando 227 passageiros e 12 tripulantes, desapareceu dos radares após aproximadamente uma hora de voo enquanto sobrevoava o Golfo da Tailândia, no Mar da China.
Até o instante do desaparecimento dos monitores de radar, a tripulação não havia relatado nenhuma anomalia com o voo. O sistema ACARS do avião também não enviou mensagens por satélite, o que deveria ocorrer automaticamente no caso de alguma falha.
Em 24 de março de 2014, o governo malaio comunicou oficialmente que o voo caiu no mar no Oceano Índico sem deixar sobreviventes. Segundo registros feitos por satélites, o avião voou por várias horas após desaparecer dos radares, até esgotar o combustível, com todos os seus sistemas de comunicação desativados. Mesmo após três anos de extensas buscas, comandadas pelos governos da Austrália, da Malásia e da China no período de 2014 a 2017, os destroços da aeronave nunca foram localizados, tornando o caso um dos maiores mistérios da aviação civil contemporânea.