Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2017
Se ganhou um fôlego na última semana com dados positivos na economia, nas próximas horas o presidente Michel Temer terá que exercitar toda a sua cultuada capacidade de articulação política para evitar a contaminação do processo de cassação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e uma debandada da base governista pela prisão do amigo e ex-assessor de confiança Rodrigo Rocha Loures.
Interlocutores de Temer criticam o “açodamento” e a rapidez no processo de delação de Joesley Batista, mas acreditam que o TSE fará um julgamento técnico e jurídico. Parlamentares da base, entretanto, como o senador e ex-ministro Armando Monteiro (PTB-PE), avaliam que a prisão do chamado “homem da mala” e o agravamento da crise política terão, sim, reflexo no julgamento que começa nesta terça-feira.
Depois da reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na sexta-feira à noite, para pedir apoio contra o rompimento do PSDB, Temer retornou a Brasília, onde se reuniu com assessores.
Aliados do presidente procuraram minimizar os efeitos da prisão na crise. “Não acredito que a prisão de Loures contamine o processo de cassação. O TSE vai decidir com base nos autos. E o tribunal, ao longo do tempo, tem demonstrado que mantém a responsabilidade e equilíbrio em suas posições”, avaliou o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy.
“Uma coisa nada tem a ver com a outra. Ninguém influencia a Justiça. Nem a mídia, acredito eu”, disse o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Embora a decisão no julgamento da cassação da chapa no TSE tenha de ser técnica e jurídica, o senador e ex-ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Armando Monteiro discorda em parte de Imbassahy e Eunício. Ele diz que os tribunais superiores são permeáveis ao clima político e não têm como se descolar e o resultado é imprevisível.