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Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2019
No primeiro sinal de inflexão desde que Juan Guaidó se proclamou presidente interino na Venezuela, Nicolás Maduro anunciou estar “pronto para o diálogo, para o entendimento, para a negociação e para o acordo”. O ditador reiterou que não abrirá mão do poder, mas ensaia concessões, depois de México e Uruguai terem proposto ajudar no impasse político venezuelano.
A postura de mediador na América do Sul, tradicionalmente, era protagonizada pelo Brasil – que se juntou aos EUA e a Colômbia e declararam Maduro ilegítimo e reconheceram o opositor como presidente.
“O governo do México e o governo do Uruguai propuseram que se crie uma iniciativa internacional para promover um diálogo das partes na Venezuela para buscar uma negociação, para buscar um acordo de paz nacional. Eu, ao governo do México e do Uruguai, digo publicamente: estou de acordo com uma iniciativa diplomática para o diálogo nacional em Venezuela”, afirmou Maduro.
Em seguida, ele mostrou a constituição venezuelana e disse que ela tem de ser o marco dessa negociação.
Maduro fez essa declaração no Tribunal Supremo de Justiça, onde magistrados e representantes de outros poderes voltaram a respaldá-lo após a autoproclamação como presidente interino do líder oposicionista Juan Guaidó, que recebeu o apoio imediato dos EUA, do Brasil, e de diversos outros países, na quarta-feira (23).
O líder chavista afirmou ainda que os diplomatas venezuelanos nos Estados Unidos devem deixar o país e que mandou fechar sua embaixada e seus consulados, ao mesmo tempo em que reiterou que os diplomatas americanos devem deixar o território venezuelano até o próximo domingo.
Mais cedo, os Estados Unidos pediram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para debater a crise na Venezuela.
EUA pediram reunião do Conselho de Segurança da ONU
Os Estados Unidos pediram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para debater a crise na Venezuela, anunciou nesta quinta-feira (24) a missão americana nas Nações Unidas. O encontro foi solicitado para sábado e diplomatas indicaram que o encontro deve contar com a presença do secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Na quarta-feira (23), depois que o oposicionista Juan Guaidó se declarou presidente interino, a Venezuela cortou relações diplomáticas com os EUA e determinou que funcionários americanos deixem o país em 72 horas. As autoridades norte-americanas, no entanto, não reconheceram a declaração de Maduro. Pompeo disse que não acredita que o governo chavista “tenha autoridade legal para quebrar relações” com os Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, a FANB (Força Armada da Venezuela), considerada o principal apoio de Nicolás Maduro, denunciou a autoproclamação de Guaidó como um “golpe de Estado” e afirmou que o líder chavista é o “presidente legítimo”.
A declaração foi dada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, ao lado da cúpula militar venezuelana. Padrino disse que os Estados Unidos e outros países travam uma guerra econômica contra a Venezuela.