Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2019
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu ao povo que se prepare para “uma batalha” caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, siga em frente com a “ameaça ilegal e criminoso de impor um bloqueio ou quarentena” ao país. Maduro fez a declaração em um ato de governo transmitido em rede obrigatória de rádio e televisão.
O presidente venezuelano afirmou que o país “em união cívico-militar, repudia e rejeita as declarações de Donald Trump de um suposto bloqueio”, ao mesmo tempo que convocou a “Força Armada Nacional Bolivariana e o povo da Venezuela para ficarem de alerta”. Maduro fez estas afirmações apesar de desde 2017, quando o governo Trump começou a impor sanções pessoais aos hierarcas civis e militares do governo, denunciar com regularidade a existência de um suposto bloqueio.
Além disso, Maduro referiu que sexta-feira o embaixador da Venezuela na ONU, Samuel Moncada, apresentou ao Conselho de Segurança “a ameaça ilegal e criminosa de Donald Trump de um bloqueio naval e uma quarentena contra a Venezuela”.
Consultado pelos jornalistas na Casa Branca se “é considerando um bloqueio ou quarentena para a Venezuela”, Trump respondeu com um “sim”, sem entrar em detalhes. De acordo com Maduro, a “ameaça de Trump demonstra o desespero e a irritação do governo Trump, sendo demonstrações de que a Venezuela está no caminho correto da dignidade”.
Diálogo com a oposição
O governo de Nicolás Maduro afirmou sexta-feira que encontrou “pontos possíveis de acordo” na mesa de diálogo com a oposição da Venezuela, cujo terceiro ciclo terminou sexta-feira em Barbados sob mediação da Noruega. Em cadeia de rádio e televisão durante um ato do governo de Maduro, o chefe da delegação chavista nos diálogos, Jorge Rodríguez, disse que após “jornadas muito intensas”, está se tornando possível “conseguir pontos de acordo com a oposição venezuelana”.
“Não vamos nos levantar desta mesa de diálogo, não vamos cair em nenhum tipo de provocação, aconteça o que acontecer”, insistiu o também ministro das Comunicações. Apesar das limitações impostas pela Noruega sobre a difusão do conteúdo dos encontros, Rodríguez revelou que as conversas foram “um processo muito longo de construção de um mecanismo para dirimir as controvérsias em paz” e “com respeito pleno da soberania nacional”.
Rodríguez denunciou a existência de “setores, sobretudo setores estrangeiros” que promovem “a agressão e que tentam dificultar” as conversas entre o chavismo e a oposição. Nesse sentido, Rodríguez rejeitou que, a cada vez que os encontros com a oposição são retomados, surgem “uma série de matrizes” e de “ações agressivas” em veículos de imprensa e nas redes sociais para “dificultar, entorpecer e turvar o desenvolvimento da mesa de diálogo”.
Maduro, por sua vez, afirmou que o diálogo com a oposição acontece para que se chegue a “uma agenda de pontos”.
“Começamos com seis e já estamos muito além”, disse o governante. Apesar de ter assinalado que não poderia “revelar segredos”, Maduro disse que na agenda foram incluídos “os temas políticos, institucionais, econômicos e sociais da sociedade venezuelana”.
Além disso, o governante agradeceu “aos setores da oposição que estão participando” por “se manterem firmes” no diálogo. Maduro também voltou a acusar o imperialismo “americano” de querer “sabotar a mesa de diálogo”. “Não o permitiremos”, concluiu. As informações são do portal UOL.