Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
Julgamento popular realizado em São Borja (Fonteira-Oeste) sentencio à prisão cinco acusados de homicídio qualificado. No dia 23 de março de 2008, eles apedrejaram até a morte um jovem de 20 anos que havia flagrado sua esposa na companhia de um indivíduo com quem ela mantinha relacionamento extraconjugal. Estes dois últimos estão entre os condenados.
Atuaram em plenário os promotores de Justiça Dax Barreto Bogo e Leonardo Giardin. A companheira da vítima e o segundo parceiro receberam penas de 19 anos e três meses de reclusão cada um. Já para outros três envolvidos foi definida sentença de de 16 anos e seis meses. Todos foram presos ao fim da sessão.
De acordo com o processo movido pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), após Carlos Henrique Xarão encontrar a companheira beijando o outro homem, houve uma discussão. Um terceiro indivíduo passou a agredir o marido da mulher e incitou os demais a tomarem parte em uma sessão de espancamento com socos e chutes, seguida de apedrejamento que acabou de modo fatal.
Consta no processo, ainda, que a companheira de Xarão também incentivou as agressões. O promotor Dax Barreto Bogo declarou, após o desfecho da sessão no tribunal:
“Um homicídio perverso e cruel, que ceifou uma jovem vida e traumatizou para sempre familiares e amigos, revelou todo o mal de que aqueles réus são capazes. A justiça tardou, mas não falhou. Mais de 17 anos depois, o Conselho de Sentença condenou os cinco réus por homicídio qualificado, conforme a denúncia do Ministério Público. Reafirma-se o compromisso inabalável desta instituição com a defesa da vida”.
Seu colega Leonardo Giardin acrescentou: “Não importa quanto tempo passe, quem mata precisa pagar. Xarão tinha só 20 anos quando foi brutalmente humilhado, espancado e apedrejado até a morte. Aquele 23 de março de 2008 só acabou agora. Página virada para a família e para a mãe, dona Ana Maria, que viajou 600 quilômetros para ver triunfar uma justiça que ela nem esperava mais. A sociedade são-borjense, representada pelos sete jurados, está de parabéns. Lavou a alma daquela mãe e fez com que os cinco autores do bárbaro assassinato finalmente paguem pela crueldade”.
Adolescentes
Já em Santa Maria (Região Central do Estado), o MPRS solicitou à Justiça a aplicação de medidas socioeducativas a quatro adolescentes, incluindo uma garota e todos com 15 anos. Eles são suspeitos de envolvimento em ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável.
O grupo é investigado por cometerem o ato contra outro adolescente, da mesma idade, durante uma festa realizada na cidade em 16 de maio. Dos três meninos, dois também foram representados por ato infracional equiparado ao fornecimento de bebida alcoólica a menores de idade, por terem oferecido esse tipo de produto aos demais menores.
A adolescente representada também responderá por filmar cenas de conteúdo pornográfico com adolescentes. Um dos garotos teria sido o responsável pela divulgação de tais imagens. Com as representações, o MPRS busca a responsabilização dos envolvidos e a aplicação de medidas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Atualmente, os três adolescentes estão recolhidos em semiliberdade provisória, podendo sair durante o dia para estudos e visitar as famílias aos domingos, das 8 às 18h. O processo tramita em segredo de justiça, em razão da idade dos envolvidos e da natureza dos fatos.
(Marcello Campos)
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