Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2015
No mês de despedida da atual revista Playboy – a publicação será relançada em 2016 por uma nova editora –, a reportagem reuniu algumas histórias sobre os bastidores de ensaios e suas estrelas em 40 anos. Confira.
Scheila Carvalho e Sheila Mello já tinham posado, mas a revista queria as duas juntas em um novo ensaio nu. Em 1999, elas aceitaram, mas com a condição de que não se tocassem nas fotos. Elas estavam no auge, mas não se davam muito bem fora dos palcos. A foto de capa em que aparecem lado a lado, por exemplo, foi feita com cada uma em dias diferentes, sem climão.
Adriane Galisteu foi até a Grécia para fazer o ensaio. (Foto: Reprodução)
Já na Grécia, cenário do ensaio de 1995 com Adriane Galisteu, um ano após a morte de Ayrton Senna, com quem namorava, o fotógrafo J.R. Duran propôs que ela fizesse uma foto se depilando com um barbeador de lâminas. De cara, ela disse que não faria de jeito nenhum. Duran, experiente, provocou dizendo que faria com outra estrela. No dia seguinte, Adriane topou fazer a foto que se tornaria uma das mais famosas nos 40 anos da revista.
Lembrado até hoje, o primeiro ensaio da atriz Luciana Vendramini não foi fácil. Foram vários dias de chuva e muito mosquito com a equipe ilhada em Angra do Reis (RJ). Na hora do clique, a modelo começou a chorar e se recusava a tirar a roupa. As fotos acabaram sendo feitas, no entanto Luciana e o fotógrafo JR Duran nunca mais se cumprimentaram.
Mylla Christie, ao posar em 1997, também foi às lágrimas. A atriz não aceitava as sugestões do fotógrafo Bob Wolfenson, e eles brigaram. No fim, fizeram as pazes com champanhe. Grazi Massafera foi assediada pela Playboy assim que deixou o “BBB 5”. Ela aceitou estrelar a edição de aniversário, mas exigiu que fosse uma fotógrafa (Nana Moraes) a responsável pelos cliques. O ensaio contou com alguns contratempos: além de ter que encarar o frio que fazia (10ºC), Grazi ainda foi mordida pelo coelho que aparece em algumas das fotos.
O ensaio de Flávia Alessandra, em 2009, foi realizado em um hotel, sem nenhuma superprodução hollywoodiana. “Fico muito tempo em hotéis e observo quantas mulheres interessantes passam por ali. Quis colocar isso no ensaio, ser várias delas”, disse a atriz.
Feiticeira fotografou em um calor de 45 graus na Turquia. Foto: Reprodução
Feiticeira.
O fotógrafo J.R. Duran era o profissional por trás das lentes de ensaios antológicos da Playboy. São de sua autoria as fotos de Adriane Galisteu na Grécia e do primeiro da Feiticeira, em 1999, recordista de vendas até hoje – foram 1,4 milhão de exemplares vendidos. No mês de despedida da atual Playboy, ele lembra os bastidores desse ensaio com Joana Prado, que acabou se tornando um marco na história da revista. “Istambul [Turquia] foi o lugar escolhido para o ensaio. E começou dando tudo errado. O produtor local não conseguiu locações para as fotos… Alugaram por dias o principal banho turco da cidade, um lugar lindíssimo construído em 1741 pelo sultão Mahmut I.
Cenários perfeitos para desvendar a beleza da Feiticeira. A não ser por um detalhe: aquilo era um banho turco, uma verdadeira sauna. A temperatura andava pelos 45 graus centígrados. A equipe de Playboy pediu para baixar o termostato do lugar, só que aí seriam mais 500 dólares… Dinheiro pago, a situação não melhorou muito. O lugar seguia um forno, só que em ainda insuportáveis 37 graus. Apesar da bem-disposta Joana, foi um inferno.
Ao entrar no recinto, as lentes das máquinas automaticamente embaçavam. Eram 20 minutos para voltarem ao normal. Quem reparar no ensaio verá que a Feiticeira está sempre encharcada de suor. O ensaio funcionou, entrou para a história”, conta JR Duran.
Claudia Raia.
O segundo ensaio de Claudia Raia na “Playboy” – no primeiro, ela posou como Maria Claudia – foi acompanhado por Jô Soares, seu namorado na época. Já Paula Burlamaqui escolheu a gelada Aspen, nos Estados Unidos, como cenário para seu ensaio. Resultado: os pés da atriz congelaram na hora das fotos e precisaram ser aquecidos pelo calor do motor de um caminhão. E, mesmo depois de pegar uma pneumonia, ela seguiu fotografando.
Maitê demorou para aceitar posar nua. Foto: Reprodução
Pedra de uma tonelada.
Maitê Proença, depois de dez convites, aceitou posar nua em 1987. Para o ensaio, ela sugeriu a ideia, logo acatada, de usar uma pedra. Uma, de duas toneladas, foi encontrada e transportada por 185 quilômetros por uma rodovia de São Paulo até o estúdio onde aconteceu a nudez da atriz.
A nudez da sem-terra Débora Rodrigues foi um dos assuntos mais comentados de 1997. Seu ensaio no litoral de São Paulo precisou ser interrompido por causa do assédio. Tinha fotógrafo em cima de árvore, pulando o muro e até equipe de TV sobrevoando o local de helicóptero. As fotos foram transferidas para Bahia. Débora precisou viajar disfarçada de peruca e maquiagem carregada para não ser reconhecida.
