Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2016
Apesar de ter levado preocupação para o Palácio do Planalto, a mais recente fase da operação Lava-Jato não foi suficiente para desestabilizar as negociações em curso realizadas entre o governo e alguns partidos da base aliada como forma de garantir apoio contra o impeachment na Câmara dos Deputados.
A avaliação é de que o objetivo de alterar o cenário político já está escancarado pela operação e, mesmo tendo potencial para desestabilizar as conversas, não paralisou o governo por enquanto. A ordem é continuar resolvendo “um problema por vez”. Ainda assim, há um temor latente de que futuras denúncias possam pôr tudo a perder às vésperas da votação do impedimento de Dilma, que deve acontecer por volta de 17 de abril.
Deflagrada nesta sexta (1º), a Operação Carbono 14 apura o uso de recursos da Petrobras para pagamento de suborno a pessoas envolvidas na trama do assassinato de Celso Daniel (PT), prefeito de Santo André, em 2002.
Foram presos temporariamente o empresário e dono do “Diário do Grande ABC” Ronan Maria Pinto e o ex-secretário-nacional do PT Silvio Pereira. Já o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista e diretor editorial do site “Opera Mundi”, Breno Altman, foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento.
O PT teme que Silvio, conhecido como Silvinho, possa “falar qualquer coisa”, mesmo o que não sabe”, se for submetido a muita pressão. Em 2003, ele detinha a lista de todos os ocupantes de cargos da Esplanada dos Ministérios e seus padrinhos políticos. Desde o mensalão, ele tem rompantes e envia recados ao comando do partido.
De acordo com a Lava-Jato, Silvinho recebeu pagamentos das empreiteiras OAS e UTC, que somam R$ 500 mil, na conta bancária de uma de suas empresas.
Os ministros mais próximos à presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner (Gabinete Presidencial) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) também evitaram comentar as prisões e, segundo interlocutores, a ordem é não levar a crise para dentro do Planalto porque a investigação gira em torno do PT, que, assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são vistos como os principais alvos da Lava-Jato. (Folhapress)