Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2025
Edu Guedes, Reynaldo Gianecchini e Edson Celulari enfrentaram o câncer.
Foto: ReproduçãoO câncer não escolhe idade, profissão ou estilo de vida. Com o aumento da expectativa de vida e o avanço das terapias, tratar a doença no Brasil tornou-se um desafio: como garantir que os pacientes tenham acesso a tratamentos inovadores, sem prejudicar a sustentabilidade do sistema de saúde?
Celebridades como Fátima Bernardes (câncer de útero), Ana Furtado (câncer de mama) e Ana Maria Braga, que enfrentou a doença em diferentes fases da vida – incluindo câncer de pele, na região do reto, ânus e pulmão —, compartilharam publicamente histórias de superação, inspirando milhões de brasileiros a encarar o diagnóstico com determinação.
Especialistas afirmam que o país vive um momento crucial para reformular os modelos de atenção oncológica, conciliando inovação tecnológica, gestão eficiente e cuidado humano. “O grande desafio é equilibrar inovação e acesso”, explica o oncologista Jorge Abissamra Filho, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. “Temos terapias avançadas e inteligência artificial auxiliando no diagnóstico, mas é preciso garantir que o sistema de saúde continue sustentável e capaz de atender a todos”, afirma.
O ritmo acelerado das inovações traz benefícios significativos, como maior precisão nos diagnósticos e aumento na sobrevida dos pacientes, mas também exige atenção aos custos. Pesquisas indicam que o câncer já representa uma das maiores fatias dos gastos hospitalares no Brasil, o que reforça a necessidade de um modelo assistencial mais integrado e eficiente.
Jorge destaca a importância de redes colaborativas e equipes multidisciplinares. “Cuidar de quem enfrenta o câncer vai além da medicina. Trata-se de empatia, acolhimento e dignidade em cada fase do tratamento”, ressalta.
Nos bastidores da oncologia, a digitalização está transformando o setor. Ferramentas de inteligência artificial já são usadas para analisar exames, prever respostas a terapias e apoiar decisões médicas. “A IA não substitui o médico, mas potencializa nossa capacidade de análise”, pontua Abissamra.
Outro desafio importante é a desigualdade no acesso ao tratamento. Enquanto grandes centros urbanos oferecem terapias de ponta, muitas cidades menores ainda enfrentam dificuldades para acessar essas tecnologias. Garantir um tratamento igualitário em todo o território nacional é fundamental, segundo os especialistas, para que todos os pacientes tenham acesso ao melhor cuidado possível, não importa onde vivam.
Além do aspecto técnico, a dimensão emocional do cuidado oncológico é igualmente crucial. Equipes multiprofissionais, compostas por psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas, desempenham um papel essencial no acompanhamento dos pacientes, oferecendo suporte psicológico e físico em todas as etapas do tratamento.
As histórias de superação de famosos ajudam a trazer visibilidade a essas questões, inspirando e oferecendo esperança a quem passa pela mesma luta. Reynaldo Gianecchini, Edson Celulari, Caio Ribeiro e Jorge Aragão enfrentaram diferentes tipos de linfoma, enquanto Edu Guedes superou um câncer no pâncreas. Todos mostram que, mesmo diante de um diagnóstico desafiador, é possível vencer com coragem. À medida que novas terapias e tecnologias avançam, a discussão sobre acesso, inovação e sustentabilidade na oncologia ganha cada vez mais relevância.