Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2015
Um novo delator da Operação Lava-Jato confessou que sua empresa Link Projetos e Participações foi usada como intermediária para repasse de ao menos 765 mil reais, de 2010 a 2014, entre a empreiteira Engevix e a Aratec Engenharia Consultoria e Representações, controlada pelo presidente licenciado da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso desde o final de julho sob suspeita de receber propinas nas obras de Angra3.
A força-tarefa suspeita que Othon Pinheiro teria recebido um total de 30 milhões de dólares em propinas de empreiteiras. Desse volume, 4,5 milhões de reais já foram rastreados na conta da Aratec Engenharia Consultoria.
Segundo o Ministério Público Federal, a Engevix recebeu da Eletronuclear, com quem tem contratos firmados, pelo menos 136.894.258,23 reais entre 2011 e 2013. A empreiteira também é investigada no esquema de corrupção instalado na Petrobras.
“A Engevix fez contato com a pessoa de Victor Sergio Colavitti, com o fim de utilizar a empresa administrada por este para intermediação do repasse da propina destinada a Silva, que seria recebida na empresa Aratec”, aponta a força-tarefa da Lava-Jato.
O almirante foi preso temporariamente por 10 dias na Operação Radioatividade, 16ª fase da Lava-Jato, deflagrada em 28 de julho. Na quinta-feira, 6, o juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão preventiva do almirante, baseado em novas provas apresentadas pelo Ministério Público Federal. Uma delas é o depoimento de Victor Colavitti.
O empresário revelou que atendeu pedidos da Engevix, e, em 30 de maio de 2010, 24 de maio de 2012 e 15 de janeiro de 2013, a Link Projetos celebrou contratos fictícios com a empreiteira, sem prestação de serviços.
Victor Colavitti afirmou ainda que também foi firmado, entre a Link e a Engevix, “o contrato fictício, em 1 de dezembro de 2013, o qual foi assinado em 21 de janeiro de 2014, no valor de 450 mil reais”. (AE)