Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de novembro de 2015
“Os mortos estão vivos”, recita Sam Mendes, diretor inglês que comanda seu segundo (e possivelmente último) filme da franquia de James Bond, “007 Contra Spectre”, que está em cartaz nos cinemas brasileiros. “Há uma razão para termos escolhido iniciar o filme com uma cena de ação na Cidade do México, justamente na comemoração do Dia de Los Muertos. Os mortos estão vivos. E isso tem muita ligação com essa história. É o máximo que posso dizer”, adianta.
O mistério rondou toda a produção deste que é o 24 longa da história do espião mais famoso do mundo. Até mesmo o rosto do vilão do filme, interpretado pelo duas vezes vencedor do Oscar Christoph Waltz, era escondido pelas sombras no primeiro trailer. Sabia-se só que a entidade Spectre, uma organização cujo nome é a sigla em inglês para Executiva Especial de Contrainteligência, Terrorismo, Vingança e Extorsão, estaria de volta à vida de Bond, após um longo imbróglio judicial iniciado enquanto Ian Fleming, criador de 007, ainda era vivo, nos anos 1960.
Com o passar dos meses até o enfim lançamento do quarto longa protagonizado pelo inglês Daniel Craig, mais e mais da trama foi divulgada. E Bond é, cada vez mais, caçado pelo passado que há tempos o assombra. “007 Contra Spectre” faz o possível para concluir o trabalho iniciado por Craig no ótimo “007 – Cassino Royale”, de 2006. Depois dessa estreia, vieram o mediano “007 – Quantum of Solace” (2008) e o arrasa-quarteirão “007 – Operação Skyfall” (2012).
Cada um dos três anteriores é citado em “Spectre”, como se tudo não passasse de uma mesma narrativa, algo não usual para a mitologia de Bond. O espião já foi interpretado por Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton e Pierce Brosnan antes de Craig, e os filmes sempre compunham uma espécie de antologia de histórias do personagem, sem a necessidade de se estabelecer uma cronologia e tramas interligadas. Agora, não. Acontecimentos do fim de “Cassino Royale” têm impacto direto na vida do personagem.
Mendes, que também dirigiu “Skyfall”, teve o trabalho de criar as conexões entre “Spectre” e os três antecessores e fazê-lo de forma didática. Esforçou-se para tornar esse novo potencial blockbuster em um produto que pudesse ser consumido de forma única e também encerrasse um ciclo. Referências foram espalhadas pelas mais de duas horas de filme para fazer a alegria dos fãs mais ortodoxos.
Novidades.
“Spectre” também introduz novos personagens, caso de Franz Oberhauser, vilão vivido por Waltz, e as bondgirls Lucia (Monica Bellucci) e Madeleine Swann (Léa Seydoux). A última, aliás, segue a tradição da “era Craig” de Bond, e foge do estereótipo criado para as bondgirls, com corpos de fora e roupas mínimas. “Ela mudará a vida de Bond para sempre”, disse Léa.
Moneypenny, de Naomie Harris, desde “Skyfall”, também interrompe o estabelecido na mitologia de Bond, de mulheres indefesas, e vai para a ação. Para ela, é um reflexo da sociedade atual. E que se faz extremamente necessário em um filme com um alcance tão grande quanto esse – o longa de 2012 reuniu 1,1 bilhão de dólares em bilheteria. “É o que as mulheres querem ver no cinema. Elas querem se identificar com isso.”
Filmado em cinco países de três continentes (Áustria, Inglaterra, Itália, Marrocos e México), não falta ação em “Spectre”, com sequências espetaculares e tecnicamente impecáveis de lutas e perseguições, como se espera da fórmula 007.