Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2016
A oposição venezuelana assume nesta terça-feira (5) o controle da Assembleia Nacional pela primeira vez em 16 anos, estabelecendo uma disputa de poder com o presidente Nicolás Maduro em meio a uma grave crise econômica.
O novo presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, foi o primeiro a prestar juramento, seguido do vice-presidente e do segundo vice-presidente. Em seguida, os novos deputados também prestaram juramento.
Novo presidente do Parlamento da Venezuela, Henry Ramos Allup, chega à Assembleia Nacional para a cerimônia de posse dos novos legisladores netsa terça-feira (5). (Foto: Reprodução)
No início da sessão, o deputado chavista Pedro Carreño anunciou que foram revisadas 163 credenciais dos novos deputados. No total, deveriam assumir 167 deputados, mas a Suprema Corte determinou que três deputados oposicionistas e um chavista não podem assumir os cargos porque suas vitórias eleitorais enfrentam contestações judiciais.
Antes do juramento, os deputados eleitos nas últimas eleições parlamentares, realizadas no dia 6 de dezembro, fizeram discursos rápidos de cerca de 5 minutos. Os deputados chavistas e de oposição fazem acusações mútuas. Os oposicionistas defendem a anistia aos presos políticos na Venezuela. A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD, de centro-direita) já havia anunciado como primeiro ato legislativo a aprovação de uma anistia para aproximadamente 80 pessoas.
Minutos antes dos discursos dos novos deputados, enquanto as credenciais eram revisadas, um grupo de simpatizante da oposição gritava: “Leopoldo amigo, o povo está contigo”, referindo-se a Leopoldo López, líder da oposição preso que foi condenado a quase 14 anos de prisão por promover a violência nos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em 2014. Sua mulher, Lilian Tintori, segurava um cartaz em que pedia anistia aos presos políticos.
O resultado das últimas eleições parlamentares apontou que de um total de 167 cadeiras, 112 correspondem à coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD), sendo que três delas são para indígenas de partidos regionais vinculados à coalizão opositora, e 55 para o derrotado Partido Socialista Unido (PSUV), atualmente no poder e que teve o controle do Parlamento durante 16 anos. (AG)