Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2016
Um ataque a um mercado em Idlib e o registro de combates entre tropas do governo e rebeldes em Aleppo neste sábado (10) colocam em xeque a possibilidade de vigorar o acordo selado entre EUA e Rússia que prevê um cessar-fogo em toda a Síria a partir desta segunda-feira (12).
Em Idlib, controlada pelos rebeldes, um avião a jato atacou um mercado movimentado. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos 24 pessoas morreram. Moradores e equipes de resgate relatam que outras dezenas ficaram feridas, incluindo mulheres e crianças.
Os habitantes afirmam acreditar que o jato era russo. De acordo com eles, a altitude de voo das aeronaves de Moscou é alta, ao contrário dos helicópteros usados pelo governo sírio.
Em Aleppo, segunda maior cidade do país e principal foco de disputa entre as tropas do ditador Bashar al-Assad e os rebeldes, mais confrontos foram registrados neste sábado.
“Os combates estão ocorrendo em todas as frentes do sul de Aleppo, mas os confrontos em Amiriyah são os mais pesados”, disse o capitão Abdul Salam Abdul Razak, porta-voz militar das brigadas rebeldes Nour al-Din al Zinki.
OPOSIÇÃO
A oposição política moderada ao regime de Bashar al-Assad na Síria disse, neste sábado (10), que não recebeu uma cópia do cessar-fogo selado com a participação dos Estados Unidos e Rússia na sexta (9).
A coalizão afirma que só vai reagir depois de consultar seus membros, alguns dos quais expressaram ceticismo sobre a trégua.
Uma porta-voz do Alto Comitê de Negociações, que é sediado em Riad, capital da Arábia Saudita, havia dito previamente que qualquer acordo que poupe a vida de civis é bem-vindo. Entretanto, também colocou em dúvida a capacidade da Rússia de pressionar o governo sírio, aliado de Putin na região, a parar com os bombardeios.
Além de determinar a suspensão no enfrentamento entre os rebeldes e as tropas leais a Assad, o acordo entre Washington e Moscou sela um compromisso de atuação conjunta contra forças terroristas da região, como o Estado Islâmico, a Al Qaeda e a facção Al Nusra.
Neste ano, já é a segunda tentativa de negociar a paz na Síria. Um acordo fechado em 27 de fevereiro não teve sucesso na tentativa de avançar o diálogo entre governo e oposição. (Folhapress)