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Por Redação O Sul | 12 de novembro de 2015
O número de passageiros do setor aéreo cresceu 210% no Brasil de 2000 a 2014. No ano passado, o número de pessoas transportadas no País chegou a 102 milhões, contra 32 milhões em 2000. Os dados fazem parte de um estudo da CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgado nessa quarta-feira, em Brasília.
A pesquisa também mostrou que o preço das passagens caiu 43% nos últimos 12 anos. Segundo a CNT, a redução se deve, em grande parte, à política de liberdade tarifária, que permitiu a cobrança de preços mais acessíveis a partir de 2003.
Apesar da expansão, o número de viagens que os brasileiros fazem por ano é inferior ao patamar de países como Estados Unidos e Canadá. Enquanto no Brasil a média é de 0,5 viagem anual por habitante, nos EUA o número sobe para 2 viagens ao ano.
Para a CNT, os dados mostraram que há espaço para a expansão do mercado de transporte aéreo no Brasil.
Saturação
A entidade afirmou que a expansão da demanda nos últimos anos não foi acompanhada de melhorias em infraestrutura, o que gerou a saturação do sistema. Para resolver os problemas, a CNT calcula que seria preciso um investimento na ordem de 24,9 bilhões de reais em reforma, ampliação e manutenção de aeroportos.
A saída, conforme a confederação, inclui maior participação do setor privado, como é o caso dos aeroportos concedidos. Até agora, foram entregues à iniciativa privada no País os aeroportos de Brasília (DF), Guarulhos e Campinas (SP), Confins (MG) e Santos Dumont (RJ).
Em junho, o governo anunciou uma nova rodada de concessões, que abrange os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis.
Custos com combustível
De acordo com a pesquisa, o preço do querosene de aviação no Brasil é responsável por 40% do custo das passagens aéreas. Em outros países, esse custo é de 28%.
Segundo o presidente da Seção de Transporte Aéreo da CNT, Eduardo Sanovicz, o motivo é a alta tributação do combustível, que prejudica a sustentabilidade do setor. “Isso é um entrave ao desenvolvimento da aviação, é um entrave ao desenvolvimento do mercado”, afirmou.
A entidade defende uma cobrança máxima de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o querosene de aviação de 12%. Hoje, o patamar é de até 25% em alguns Estados. O assunto vem sendo discutido pela CNT com o Ministério de Minas e Energia e a Secretaria de Aviação Civil.
Aviação regional
O levantamento também mostrou que o Plano de Aviação Regional, anunciado pelo governo federal em 2012, ainda não saiu do papel. O programa pretende investir 7,3 bilhões de reais na construção, reforma e expansão de 270 aeroportos de pequeno e médio porte, mas até agora o projeto não deslanchou. (AG)