Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2021
Deslocamentos são motivados por guerras, conflitos, violações de direitos humanos e perseguições
Foto: Rocco Nuri/Acnur/DivulgaçãoApesar da pandemia de Covid-19, o número de pessoas forçadas a se deslocar em todo o mundo continua aumentando. No final de 2020, 82,4 milhões tiveram que deixar as regiões ondem viviam por guerras, conflitos, violações de direitos humanos e perseguições.
Esse é o maior número já registrado pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) e representa aumento de 4% em relação a 2019, quando 79,5 milhões de pessoas estavam em deslocamento forçado. Mais de 1% da população mundial – uma em cada 95 pessoas – estão, atualmente, em deslocamento forçado.
Os dados constam no relatório Tendências Globais, que traz informações sobre a situação dos deslocados e refugiados em todo o mundo. O documento foi divulgado nesta sexta-feira (18) pelo Acnur. Segundo o levantamento, 2020 é o nono ano de crescimento ininterrupto do deslocamento forçado no mundo.
Coronavírus
O relatório mostra que, durante o pico da pandemia em 2020, mais de 160 países fecharam as suas fronteiras, com 99 deles não fazendo qualquer exceção para pessoas em busca de proteção internacional.
O porta-voz do Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho, destacou que o fechamento das fronteiras por causa da crise sanitária teve como efeito imediato o expressivo aumento de deslocados internos que fugiam não só das guerras, mas também de regiões de seu país com altos índices de infecção.
“Essa combinação de conflito, crise sanitária global, perda de renda e insegurança alimentar forçou as pessoas a se deslocarem dentro de seu país”, disse Godinho, destacando que a Covid-19 foi fator de deslocamento interno em nações como Iêmen, Bangladesh, Etiópia, Iraque e Djibouti.
De acordo com o porta-voz, a tendência para 2021 é de aumento do deslocamento das pessoas, já que procedimentos de refúgio e asilo devem voltar a funcionar com a maior liberação das fronteiras internacionais em meio ao avanço da vacinação.