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Cinema Nunca estive tão frustrado na minha vida como hoje, diz Steven Spielberg

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Spielberg com Meryl Streep e Tom Hanks no set de "The Post". (Foto: Reprodução)

Pessoas comuns, quando frustradas, desabafam com textões no Facebook, tiradas raivosas no Twitter ou gritos em mesas de bares. Steven Spielberg faz um filme. O diretor, 71, está tão frustrado com os novos rumos da política americana que, pela primeira vez na carreira, encurtou a produção de um filme mais pop (“Jogador Nº 1”, previsto para março) para rodar um longa mais sério, “The Post: A Guerra Secreta”.

Indicado ao Oscar de melhor filme, o drama trata dos eventos reais que levaram a publisher Katharine Graham (Meryl Streep, também indicada a melhor atriz) e o editor Ben Bradlee (Tom Hanks), do “The Washington Post”, à publicação de documentos secretos do Pentágono, em 1971.

Spielberg conduz um thriller sobre jornalismo, liberdade de expressão e censura governamental, temas que podem facilmente ser trazidos para o presente, como explica o cineasta a seguir.

1) O sr. abreviou as filmagens de “Jogador Nº 1” para fazer “The Post” em sete meses. Algo muito rápido, até mesmo para Spielberg.

Sem dúvida. Foram as filmagens mais rápidas da minha carreira. A primeira razão foi o roteiro ser muito bom e falar de algo que me fascina. Como você define liderança? Ali estava Katharine Graham, líder e publisher do “The Washington Post” e, mesmo assim, os homens no seu conselho editorial olhavam através dela, como se fosse invisível. Que marca isso deixa numa mulher assim, como ela superou as adversidades? Foi isso que me atraiu, antes de qualquer analogia política entre 1971 e 2017. Ao mesmo tempo, nunca senti motivação tão grande. Fiz “The Post” porque acho que é meu modo de “tuitar” (risos).

2) O momento político dos Estados Unidos foi um despertar?

Sim. Sentia que era uma história ótima sobre uma grande mulher, um homem incrível e um período da história que poucas pessoas conhecem. O escândalo do Watergate não existiria sem a publicação dos Papéis do Pentágono, porque Graham ganhou mais coragem, assim como Bradlee, que também ficou mais sábio para permitir que [Bob] Woodward e [Carl] Bernstein [repórteres do ” Washington Post”] seguissem a trilha do dinheiro até [o presidente, Richard] Nixon. Acho que, se os dois não tivessem arriscado serem presos e perderem o jornal com a publicação dos Papéis do Pentágono, não teriam tido a determinação para perseguir Nixon.

3) O sr. se lembra da publicação dos Papéis do Pentágono?

Lembro da época, mas não lembro deles especificamente. Recordo mais do escândalo de Watergate, porque levou à renúncia de Nixon. Na época, tudo que passava na minha cabeça era dirigir programas de TV e criar meu primeiro filme de cinema. Então não prestei nenhuma atenção no mundo em 1971. Não lia jornais e não via os noticiários. Só acordei quando pessoas que conheci na faculdade começaram a morrer no Vietnã e quando a história sobre Watergate foi publicada. Passei a dar mais atenção ao meu redor. A imprensa livre luta pela verdade. Para mim, isso é um fato, e não uma percepção partidária. Há um sistema sujo rotulando tudo aquilo em que não acredita de “falso” ou “partidário”. Esperava esse tipo de acusação. Ficaria decepcionado se não viesse.

4) “The Post” também é sobre feminismo. Como pessoas boas sobrevivem em uma indústria que se revela tão abusiva?

Hollywood está no epicentro de uma epidemia real para as mulheres em todas as ocupações. Elas estão dando um passo à frente, falando sobre o que sofreram e carregaram todos esses anos. Graças a Deus estão enfim podendo falar abertamente. Mas isso não é apenas uma história de Hollywood, é algo que acontece nos jornais, nos esportes, faculdades, fábricas, fazendas.

5) Ficou surpreso com a enorme quantidade de casos?

Deveria ter ficado, mas não. Chegou a hora de uma revolução no melhor sentido do termo. É preciso haver um código de ética e conduta que não se limite aos departamentos de recursos humanos.

6) Por que o sr. diz que a insegurança é sua maior fonte?

Não sei explicar, mas, se estou muito confiante, não tenho muitas ideias. Quando estou fazendo um filme há um medo e um frio na barriga que me fazem acordar cedo e ir para as filmagens funcionando melhor. Sempre foi assim.

 

 

 

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